USDA: EUA vendem mais de 800 mil t entre soja e milho e oleaginosa supera os US$ 10 em Chicago

Publicado em 14/09/2020 11:16

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou quatro novas vendas de soja e milho nesta segunda-feira (14). Foram 456 mil toneladas do grão e 447 mil toneladas da oleaginosa. A demanda intensa pelos produtos norte-americanos tem sido o principal combustível para as alta de ambas as commodities na Bolsa de Chicago, com a soja já superando os US$ 10,00 por bushel entre as posições mais negociadas. 

Dos totais, foram 350 mil toneladas de milho para a China e 106 mil toneladas para o Japão; 129 mil toneladas de soja para a China e outros 318 mil para destinos não revelados. "Os programas de exportação de soja e milho dos EUA estão muito fortes", explicam os analistas da Agrinvest Commodities. 

Os números do total já comprometido tanto de soja, quanto de milho pelos EUA com a exportação são bastante fortes e deverão seguir firmes, em especial para o cereal. Ainda segundo a consultoria, até fevereiro de 2021, na metade do ano comercial, o volume de milho comprometido pode chegar a 7 milhões de toneladas e a soja a 50 milhões. Até a última semana eram, de acordo com números do USDA, 29,9 e 18,9 milhões, respectivamente. 

"Para o milho, a demanda da China e a baixa viabilidade dos concorrentes justificam. Para a soja, a demanda chinesa também justifica, no entando, a grande safra brasileira e a grande cobertura da China a partir de fevereiro são limitadores", analisa a Agrinvest. A consultoria traz mais detalhes sobre o potencial do consumo chinês e os números são bastante firmes e mostram o ritmo do crescimento da necessidade da nação asiática. 

De acordo com os dados apurados pela consultoria, até o final de janeiro deste ano, as compras chegam a 10 milhões de toneladas e novas compras até o final de fevereiro de 2,2 milhões de toneladas. De outro compradores, o total pode chegar, no mesmo intervalo, a 7,8 milhões de toneladas. Assim, para o final de fevereiro do ano que vem, a Agrinvest acredita que serão 50 milhões de toneladas comprometidas, com 42 milhões de toneladas embarcadas e 8 milhões em aberto. 

Confirmado este número, seria o segundo maior desde a safra 2016/17, quando o total comprometido - volume embarcado + volume já vendido - já estava em 52,4 milhões de toneladas. 

Ao observar o cenário do milho, o potencial também chama atenção. O consumo de milho na China é maior em um ano em que há perdas severas internamente por conta de adversidades climáticas, o que exige ainda mais das importações. E os EUA se consolidam como seu principal fornecedor. Dessa forma, a Agrinvest estima que o potencial é de que os americanos já tenham comprometidas, até fevereiro de 2021, 47 milhões de toneladas, com 23 milhões já embarcadas e 24 milhões em aberto. O total já comprometido desta temporada é de 18,8 milhões de toneladas. Novas compras da China podem alcançar 5 milhões de toneladas e de outros compradores, 23,2 milhões. 

A demanda pelo milho norte-americano, bem como para a soja, no ano comercial 2019/20 foi bastante limitada pelas desalinhadas relações entre China e Estados Unidos, com tensões crescendo quase que diariamente entre os dois países. 

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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