USDA: Índices de plantio de soja e milho nos EUA seguem refletindo atraso da safra nova
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seus novos números sobre o avanço do plantio no país até este domingo (19) e os números ficaram dentro das expectativas do mercado.
O plantio da soja evoluiu, em uma semana, de 9% para 19% da área americana, enquanto as projeções dos traders variavam de 17% a 25%. As médias esperadas por especialistas internacionais eram de 22%; 17% e 21%. No ano passado, nessa mesma época, os EUA já tinham 53% da semeadura concluída e a média dos últimos cinco anos é de 47%.
Os estados de Ohio e da Dakota do Sul têm apenas 4% plantado, contra 47% e 21% do mesmo período de 2018 e 35% e 39% de média. Estados importantes de produção como Illinois e Iowa têm apenas 9% e 27%, enquanto no ano passado eram 79% e 54%.
No caso do milho, o avanço foi um pouco mais intenso e a área plantada passou, em uma semana, de 30% para 49%, contra 78% do ano passado e 80% de média das últimas cinco safras. O mercado esperava algo entre 42% e 61% e as médias eram de 50%; 51% e 54% entre os analistas e consultores dos EUA.
Assim como para a soja, o estado de Illinois também chama a atenção sobre a semeadura do milho, já que está concluída em apenas 24% da área, contra 95% de 2018 e 89% da média dos últimos cinco anos. Indiana tem apenas 14% contra 86% do ano passado.
Apesar de estarem dentro das expectativas do mercado, os números para ambas as culturas deixam claro o atraso da safra 2019/20 dos EUA. Como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, ainda faltam milhões de hectares - só no caso da soja, cerca de 28 milhões - para serem semeados e a conclusão da janela ideal para a oleaginosa é de pouco mais de duas semanas.
Assim, o executivo acredita que o fechamento do plantio desta temporada irá, de fato, culminar para uma área consideravelmente menor do que o inicialmente projetado, dados os problemas que ainda são enfrentados pelos produtores americanos.
Afinal, de acordo com as mais novas previsões do NOAA, o serviço de clima oficial do governo americano, os próximos 6 a 10 e 8 a 14 dias serão períodos de fortes precipítações, com volumes bem acima da médias para esta época do ano. Os mapas a seguir ilustram essas previsões:
Mapa de chuvas para os próximos 6 a 10 dias nos EUA - Fonte: NOAA
Mapa de temperaturas para os próximos 6 a 10 dias nos EUA - Fonte: NOAA
Mapa de chuvas para os próximos 8 a 14 dias nos EUA - Fonte: NOAA
Mapa de temperaturas para os próximos 8 a 14 dias nos EUA - Fonte: NOAA
"Agora é uma escalada", diz Brandalizze sobre o comportamento dos preços diante da manutenção destas adversidades climáticos. "Se a situação continuar assim, podemos ver os americanos colherem menos de 100 milhões de toneladas e isso muda todo o mercado", completa.
As datas limites para se mostram bem ajustadas quando cruzadas com os percentuais semeados nos estados norte-americanos.
Além disso, agora o mercado irá se atentar ainda aos índices das condições das lavouras também a partir dos próximos reportes, como alerta o economista chefe de commodities da INTL FCStone, Arlan Suderman.
"O relatório mostra que ainda há 47,3 milhões de acres de milho sem serem plantados até 19 de maio. Nunca aconteceu. Estamos sáo esperando pelos primeiros índices de condições das lavouras do que foi plantado", diz em sua conta no Twitter.
Veja fotos dos últimos dias em estados produtores do Corn Belt: