USDA traz safras de soja e milho dos EUA bem acima das expectativas do mercado
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo boletim mensal de oferta e demanda nesta sexta-feira (10) e veio em linha com as expectativas do mercado ao trazer um aumento expressivo dos números da soja para a safra 2018/19 norte-americano. Apesar disso, os números ficaram bem acima do esperado.
A produção de soja subiu de 117,3 milhões para 124,81 milhões de toneladas, com a produtividade subindo de 55 para 57,83 sacas por hectare. Assim, os estoques finais foram revisados de 15,77 para 21,36 milhões de toneladas.
As médias esperadas pelo mercado eram de 120,51 milhões, 55,81 sacas por hectare e 17,45 milhões de toneladas, respectivamente.
Na contramão, porém, o USDA aumentou também o esmagamento e as exportações para, em ambos os casos, 56,06 milhões de toneladas. No reporte anterior, os números eram respectivamente de 53,34 e 55,2 milhões de toneladas.
Soja Mundo
O USDA trouxe também uma correção na safra mundial de soja de 359,49 para 367,1 milhões de toneladas. Assim, os estoques finais globais passaram de 98,27 para 105,94 milhões de toneladas.
As importações da China, porém, foram mantidas em 95 milhões de toneladas.
No quadro da Argentina e do Brasil, nenhuma mudança. A safra brasileira segue estimada em 120,5 milhões e a argentina em 57 milhões de toneladas. As exportações, nessa ordem, seguem esperadas em 75 milhões e 8 milhões de toneladas.
Safra 2017/18
Ainda sobre a soja, o USDA mexeu nos estoques finais americanos da safra 2017/18 de 12,64 para 11,69 milhões de toneladas.
Além disso, reduziu os estoques finais mundiais de 96,02 para 95,61 milhões de toneladas. As exportações do Brasil e subiram para 75,50 milhões de toneladas, contra a estimativa de 74,65 milhões de julho.
O USDA trouxe ainda uma correção nas importações de soja da China 2017/18 de 97 para 96 milhões de toneladas.
Milho
Para o milho, os números também vieram bem maiores do que os do boletim anterior e superando as projeções dos traders.
A safra 2018/19 de milho foi estimada pelo USDA em 370,5 milhões de toneladas, contra 361,46 milhões dos números de julho. A produtividade cresceu para 186,62 sacas por hectare. As médias das expectativas eram de 366,21 milhões de toneladas e 184,42 sacas por hectare.
Os estoques finais subiram de 39,43 para amplos 42,78 milhões de toneladas, contra uma média esperada de 41,4 milhões. O volume do cereal para a produção de etanol foi a 142,88, mantido em relação ao mês passado, enquanto as exportações subiram para 59,69 milhões de toneladas.
Milho Mundo
A produção mundial de milho foi revisada para cima, passando de 1.054,3 para 1.061,05 bilhão de toneladas, com os estoques finais crescendo de 151,96 para 155,49 milhões de toneladas.
A safra do Brasil, porém, foi revisada para baixo, ficando em 94,5 milhões de toneladas, contra as 96 milhões do boletim anterior. O estoques finais brasileiros, por outro lado, subiram para 10,22 milhões de toneladas.
Para a Argentina, os números foram mantidos em 41 milhões de produção, 5,49 milhões de estoques finais e 27 milhões de toneladas.
Safra 2017/18
Da safra 2017/18, os estoques finais de milho dos EUA foram mantidos em 51,5 milhões de toneladas, enquanto os globais passaram de 191,73 para 199,33 milhões.
Além disso, a produção do Brasil caiu de 83,5 para 83 milhões de toneladas, e as exportações de 26 para 23 milhões de toneladas.
EUA devem se manter à frente do Brasil na produção de soja em 18/19, diz USDA
Por Roberto Samora
(Reuters) - A expectativa de que o Brasil em algum momento vai superar os Estados Unidos na produção de soja não deve se realizar em 2018/19, pelo menos de acordo com uma reavaliação do Departamento de Agricultura norte-americano (USDA, na sigla em inglês), divulgada nesta sexta-feira.
Até o mês passado, o USDA projetava que o Brasil, o maior exportador global da oleaginosa nos últimos anos, superaria os EUA na produção pela primeira vez em 2018/19.
Mas pela estimativa divulgada nesta sexta-feira, que apontou uma safra norte-americana 2018/19 em recorde de 124,8 milhões de toneladas, o Brasil --com projeção de safra mantida em 120,5 milhões de toneladas--, ficará ainda bem distante dos EUA.
Até o mês passado, quando o USDA havia projetado 117,3 milhões de toneladas para a safra dos EUA, o Brasil superava os norte-americanos também com a colheita efetivada na temporada anterior (2017/18), prevista pelo órgão em 119,5 milhões de toneladas.
A safra 2018/19 dos EUA está em desenvolvimento, enquanto o volume estimado pelo USDA para o Brasil na mesma temporada é referente à produção que se espera obter com plantio a partir de setembro.
O aumento na estimativa do USDA para a safra dos EUA ocorreu com o bom desenvolvimento da safra, que já tem lavouras florescendo ou soltando vagens.
Até o mês passado, o USDA previa uma produtividade de 48,5 bushels por acre para as lavouras dos EUA, elevada agora para 51,6 bushels por acre.
O aumento da expectativa de produção norte-americana se dá em um momento particularmente difícil para os EUA, cuja soja está sendo taxada pelos chineses devido à guerra comercial.
MILHO
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) cortou nesta sexta-feira sua previsão para a safra de milho 2018/19 do Brasil, para 94,5 milhões de toneladas, de 96 milhões na estimativa do mês anterior.
(Com reportagem adicional de Mark Weinraub, em Chicago)