USDA estima redução de 1% nas áreas de soja e milho da safra nova dos EUA
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe em seu informe sobre área plantada nos EUA, nesta sexta-feira, um aumento expressivo para o trigo e o algodão e uma redução no caso da soja e do milho em comparação à área de 2017. Pela primeira vez desde 1983, os EUA plantam mais soja do que milho.
A estimativa do USDA para a soja é de 36,26 milhões de hectares, 1% a menos do que os 36,34 milhões do ano passado. O número ficou dentro das expectativas do mercado de 36,14 a 36,71 milhões.
Sobre o milho, o departamento projeta uma área de 36,06 milhões de hectares, contra 36,49 milhões da safra anterior. Também no caso do cereral, o número veio dentro do intervalo esperado de 35,41 a 36,02 milhões de hectares. Ainda segundo o reporte, em comparação a 2017, a área caiu ou não se alterou em 31 de 48 estados pesquisados.
De trigo os EUA deverão plantar 19,34 milhões de hectares, 4% a mais do que no ano passado. Com esse número, que também ficou dentro do esperado, o país registra sua segunda menor área destinada ao cereal desde 1919.
Com o maior aumento em relação à safra 2017/18 vem o algodão, que deverá ser semeado em 5,46 milhões de hectares. O espaço é 7% maior do que no ano passado.
Reuters: EUA plantam mais soja do que milho pela 1ª vez desde 1983
Por Mark Weinraub
WASHINGTON (Reuters) - Os agricultores dos Estados Unidos plantaram mais acres de soja do que milho pela primeira vez em 35 anos, mesmo com os estoques norte-americanos de soja alcançando o maior nível já registrado no início de junho, apontaram dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), nesta sexta-feira.
Quando tomaram a decisão de plantio, os produtores esperavam melhores lucros para a oleaginosa, que tem menores custos do que o cultivo do milho. Mas uma guerra comercial com a China resultou em uma queda acentuada nos preços.
O USDA disse em relatório que os agricultores plantaram 89,557 milhões de acres de soja e 89,128 milhões de acres de milho. Isso se compara à área plantada de soja de 90,142 milhões de acres e a um plantio de milho de 90,167 milhões em 2017.
Os analistas tinham projetado o plantio de soja em 89,691 milhões de acres e o de milho em 88,562 milhões, segundo pesquisa da Reuters.
Os contratos futuros do milho e da soja na Bolsa de Chicago subiram para as máximas da sessão após a divulgação do relatório, mas rapidamente reduziram os ganhos.
"Você tem de se perguntar --com o milho caindo 47 centavos no mês e a soja caindo a 1,50 dólar-- os baixistas vão querer empurrar esses preços ainda mais para baixo com essa notícia?" disse Matt Connelly, analista de grãos e energia do Hightower Report. "Acho que não."
As estimativas de área de milho e soja aumentaram ante o relatório de intenções de plantio do USDA, divulgado ao final de março. A área de milho ficou 1,102 milhão superior na comparação com março, a maior mudança positiva entre os dois relatórios desde 2012.
Em relação aos estoques, a oferta de soja dos EUA ficou em 1,222 bilhão de bushels em 1º de junho, superando o recorde de 1,092 bilhão em 2007.
O uso de soja foi o mais forte de todos os tempos no trimestre, com 888 milhões de bushels, mas os estoques continuaram altos devido à grande safra do ano passado.
O relatório trimestral do USDA também mostrou o estoque doméstico de milho em 5,306 bilhões de bushels, o maior número para junho desde os 5,839 bilhões de bushels em 1988 e o terceiro maior de todos os tempos.
O uso de milho subiu para um recorde de 3,59 bilhões de bushels durante o trimestre, ante 3,39 bilhões de bushels entre abril e junho de 2017.
Analistas previam os estoques de milho em 5,268 bilhões de bushels e os de soja em 1,225 bilhão de bushels, com base na média das estimativas.
O USDA também estimou a área total de trigo em 47,821 milhões de acres, acima dos 46,012 milhões do ano anterior. Isso superou as estimativas dos analistas, que variavam de 46,575 milhões a 47,700 milhões de acres.
Os estoques de trigo em 1º de junho estavam em 1,1 bilhão de bushels, em linha com as estimativas.
Produção de soja nos EUA pode chegar a 125 mi/t com crescimento da produtividade (Marcos Araujo, Agrinvest)
Podcast
Entrevista com Marcos Araújo - Analista da Agrinvest sobre o Fechamento de mercado da soja
Nesta sexta-feira (29), foram divulgados dois novos relatórios do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), referentes aos estoques trimestrais e à área consolidada de plantio. Inicialmente, o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) teve uma reação positiva, mas devolveu parte desses ganhos e encerrou com 3 a 4 pontos de queda nos principais vencimentos.
Marcos Araújo, analista da Agrinvest, destaca que o mercado segue bem volátil. Além dos relatórios, as notícias de uma temperatura mais quentes nos próximos dias também influenciaram na movimentação. Contudo, o milho é o plantio mais prejudicado por essas condições, de forma que as posições da soja foram retiradas.
O mercado aguardava uma área de 89,7 milhões de acres para a soja. Contudo, o USDA trouxe 89,6 milhões de acres. Mas o potencial de produtividade da soja norte-americana aumentou, de forma que a produção pode chegar a ser de 125 milhões de toneladas.
A China, por mais que esteja fora do mercado neste momento, compra mais de 26 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos por ano e "não consegue viver" sem a soja norte-americana, já que o Brasil não tem condições de abastecer o mercado asiático sozinho.
Na comercialização local brasileira, algumas grandes empresas não estão cumprindo o tabelamento dos fretes. Os importadores chineses também pagam os custos maiores neste momento.
Confira algumas análises de Marcos Araújo no vídeo acima.