Brasil segue com poucos negócios com trigo, pontas distantes e pressão de oferta
Os negócios com trigo no Brasil foram pontuais nesta semana, inexpressivos. Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, com os compradores ausentes, as cotações seguem pressionadas pelo excesso de oferta em relação à demanda, “o que é normal nesse momento em que a safra acabou de ingressar”.
No Paraná, as indicações de compra ficam entre R$ 1.280 e R$ 1.330 por tonelada, com queda de 9,1% em relação ao mesmo período do mês passado. No Rio Grande do Sul, variam entre R$ 1.150 e R$ 1.180 por tonelada, recuando 3,3% quando comparado ao mesmo momento do mês anterior.
“A tendência é de que, durante a entressafra, as cotações apresentem recuperação. É com essa percepção que os vendedores seguem pouco flexíveis em suas pedidas”, disse.
Conab
A colheita das lavouras da safra 2024 atingiu 98,9% da área estimada nos oito principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 8 de dezembro. Na semana anterior, a ceifa estava em 97,7%. Em igual período do ano passado, o número era de 99,9%.
A produção brasileira de trigo em 2025 deverá ficar em 8,064 milhões de toneladas, conforme o terceiro levantamento para a safra brasileira de grãos 2024/25 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira (12). Na comparação com a safra passada, não houve expectativa de aumento na produção.
A Conab indica uma área plantada de 3,061 milhões de hectares, similar à temporada anterior. A produtividade indicada pela Conab é de 2.634 quilos por hectare, inalterada frente à safra passada.
Rio Grande do Sul
A colheita de trigo do Rio Grande do Sul foi encerrada nesta semana. As últimas áreas foram ceifadas nas regiões da Campanha, Sul e Campos de Cima da Serra. Os resultados obtidos variam de insatisfatórios – em parte das lavouras, devido à recorrência de chuvas durante as fases de enchimento de grãos e na colheita, causando a redução do peso dos grãos e germinação nas espiguetas — a expressivos, como no quadrante nordeste do Estado, onde o potencial produtivo foi preservado ao longo do ciclo.
Após o encerramento da colheita, a produtividade estimada pela Emater/RS-Ascar foi reavaliada para 2.839 kg/ha, sendo 8,41% inferior à projeção inicial, que era de 3.116 kg/ha.
Argentina
A colheita de trigo atinge 63,9% da área na Argentina. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, os trabalhos avançaram 15,8 pontos percentuais em relação à semana passada.
A projeção de produção segue em 18,6 milhões de toneladas. Em números absolutos, foram colhidas 10,587 milhões de toneladas ao longo de 3,944 milhão de hectares.
A área é estimada em 6,3 milhões de hectares, sendo 6,173 milhões aptas para a colheita. No ano passado, foram plantados 5,9 milhões de hectares.