Trigo fecha em alta na CBOT após piora na safra dos EUA

Publicado em 23/04/2024 17:02 e atualizado em 23/04/2024 17:43

 

Por Renee Hickman

CHICAGO (Reuters) - O trigo negociado na bolsa de Chicago (CBOT) atingiu uma máxima de dois meses nesta terça-feira, com a queda nas condições do cereal de inverno dos EUA, que concentrou a atenção nos riscos climáticos para as safras do hemisfério norte.

O milho e a soja também subiram ligeiramente devido aos riscos do plantio de primavera nos EUA.

O trigo subiu 15,25 centavos, fechando em 6,0275 dólares o bushel, seu ponto mais alto desde 12 de fevereiro, rompendo a resistência técnica em sua média móvel de 100 dias.

O relatório semanal de progresso da safra do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) mostrou que 50% da safra de trigo de inverno dos EUA estava em condições boas a excelentes, abaixo dos 55% da semana anterior e 4 pontos percentuais abaixo da estimativa média dos analistas consultados pela Reuters.

A queda maior do que a esperada ocorreu depois que o tempo seco atingiu as áreas produtoras de trigo vermelho duro de inverno de Oklahoma e Kansas, disse Mark Soderberg, analista da ADM Investor Services.

O clima seco no sul da Rússia e um período de frio na Europa Ocidental aumentaram as preocupações, disse Soderberg.

Os analistas disseram que os mercados de grãos estavam vendo coberturas de posições vendidas por fundos de investimento que detêm posições líquidas vendidas consideráveis em grãos.

O milho subiu 2,75 centavos, a 4,525 dólares o bushel, e a soja avançou 5,50 centavos, a 11,82 dólares bushel.

O plantio de milho foi um pouco melhor do que o esperado nos EUA, mas as fortes chuvas na região central do país podem atrasar o progresso no final da semana, disse Soderberg.

"É uma espécie de faca de dois gumes. Vai atrasar o progresso do plantio, mas vai ajudar a restaurar algumas das áreas de seca que estão entrando em desenvolvimento", disse ele.

O USDA estimou que 12% do milho havia sido plantado até domingo, em linha com as estimativas dos analistas, e 8% da soja, um pouco à frente da previsão média dos analistas de 7%.

(Reportagem de Renee Hickman em Chicago; reportagem adicional de Gus Trompiz em Paris e Naveen Thukral em Cingapura)

Fonte: Reuters

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