Nota ABIMAPI - Utilização de farinha de trigo transgênica no Brasil
A ABIMAPI lamenta a decisão da CTNBio, que aprovou, hoje (11), a utilização de farinha de trigo transgênica no Brasil, a partir de solicitação a pedido da Tropical Melhoramento Genético, parceira da empresa argentina Bioceres. Apesar da forte rejeição do mercado internacional nos últimos 20 anos, o Brasil passará a ser conhecido como o primeiro país a fazer tal aprovação no mundo.
Estamos entre as maiores associações alimentícias do País e, ao longo de nossa trajetória, representamos os fabricantes de biscoitos, massas alimentícias e pães & bolos industrializados. Contamos com 110 empresas associadas que detêm cerca de 80% de participação do setor e geram mais de 120 mil empregos diretos, respondendo por um terço do consumo de farinha de trigo. Como interlocutora junto ao governo, mídia, pesquisadores e às demais entidades, a missão da associação é fortalecer e consolidar as categorias no mercado nacional e internacional.
Essa decisão, carregada de incertezas no âmbito dos desdobramentos perante o mercado e a comunidade internacional, foi tomada com base em critérios que incidem na segurança, sem maior estudo sobre condições de mercado e de comportamento do consumidor.
É impossível ignorar o eventual impacto sobre as exportações brasileiras de produtos derivados (biscoitos, massas e pães) e desmembramentos sobre a imagem do Agronegócio.
Em cooperação com outras entidades, tentamos sensibilizar o poder público sobre os riscos desta decisão, no sentido que o processo de análise considere o desejo do consumidor brasileiro e os impactos sobre a cadeia do trigo no Brasil.
Juntos, estamos analisando a tomada de medida cautelar para suspender a implementação da decisão da CTNBio e, se necessário, solicitaremos à Casa Civil da Presidência da República a convocação imediata do Comitê Nacional de Biossegurança, composto por vários ministros, conforme prevê a legislação brasileira.
>> NOTA OFICIAL ABITRIGO: Liberação da comercialização da farinha de trigo transgênico no Brasil