Investimentos e aumento do consumo de trigo refletem em números positivos para o setor

Publicado em 10/03/2021 11:38
Demanda aumentou em 15% alavancada pelo consumo de pães e massas; paranaense Herança Holandesa bate recorde de faturamento

A alta no consumo de pães e massas aumentou em 15% a demanda por trigo no Brasil durante a pandemia. É o que mostra a pesquisa da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi). A produção também apresentou números positivos. Em novembro, quando a safra já estava se aproximando do final, a colheita de trigo no Paraná, maior produtor do Brasil, chegava a 3,5 milhões de toneladas em uma área de 1,12 milhão de hectares, segundo o relatório do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento. 

A comercialização do produto alcançou 72% da produção, maior número dos últimos 15 anos para o mês de novembro, aponta o levantamento do Deral. Os dados mais recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), mostram que a estimativa de área colhida de trigo no mundo para a safra atual é de 221,9 milhões de hectares. Esse número representa um acréscimo de 2,31% em comparação com a safra anterior (2019/2020). 

Faturamento das cooperativas

Com o aumento de consumo e produção, a Herança Holandesa - linha de farinhas de trigo da Unium, marca institucional das indústrias das cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal - fechou o ano de 2020 com um faturamento de R$ 211 milhões. Um crescimento de 31% em comparação com 2019. Mesmo com os desafios da crise econômica da Covid-19, a marca investiu R$ 756 mil nos produtos. O coordenador de negócios do moinho de trigo da Unium, Cleonir Ongaratto, afirma que a produção não foi interrompida para garantir que todos os clientes fossem atendidos e que os supermercados estivessem abastecidos. “2020 foi um ano muito bom para os negócios da Unium. As indústrias precisaram se adaptar para manter as operações, mas a força do cooperativismo e também a demanda do mercado mantiveram a produção aquecida e nos deixam com uma previsão ainda melhor para 2021”, destaca. O volume de produção também apresentou números positivos, com 12% de acréscimo em 2020, comparado com o ano anterior, fechando em 145.077 toneladas. 

Ongaratto conta que foram inúmeros desafios enfrentados ao longo de 2020 e que rapidamente a indústria se adaptou. “Os preços de trigo em grãos atingiram números recordes, mais de R$ 1.550 por tonelada, mesmo durante o período de colheita. Esses valores favoreceram os cooperados que já estavam com suas plantações e produção planejadas”. O aumento no consumo dos alimentos processados com trigo foi um estímulo para investir mais no produto. “Estamos buscando investir cada vez mais para oferecer o melhor produto possível e também para aumentar a renda e os ganhos dos nossos cooperados”, ressalta. 

Com o período de isolamento social, a marca, que gera 100 empregos diretos e indiretos, buscou realizar ações para o combate da Covid-19, como o trabalho em modelo híbrido dos profissionais. “Os desafios foram muitos, mas mais uma vez a força de vontade e a cooperação entre os elos da cadeia fizeram com que os resultados dos negócios fossem atingidos e superados”, finaliza Ongaratto. 

Tags:

Fonte: Unium

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Restrições tácitas à exportação de grãos pela Rússia causam confusão no mercado
Preços de exportação de trigo russo param de subir com melhora do clima
A qualidade do trigo de inverno dos EUA está entre as piores de todos os tempos, deixando analistas perplexos
Egito espera atraso no embarque de trigo russo em novembro, diz ministro do abastecimento
Trigo/Cepea: Clima prejudica lavouras no Sul; preços sobem com força em SP
Trigo cai em Chicago com previsão de tempo chuvoso nas planícies dos EUA