Tempo seco deve trazer perdas ao trigo do Paraná, diz Deral
SÃO PAULO (Reuters) - O tempo seco deve trazer perdas para as lavouras de trigo do Paraná, principal Estado produtor que está perto de começar a colheita, reduzindo o potencial de uma grande safra, afirmou um especialista do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão do governo estadual.
O total de perdas, contudo, ainda é difícil de ser quantificado neste momento e dependerá da intensidade da estiagem, disse à Reuters o coordenador da Divisão de Estatísticas do Deral, Carlos Hugo Godinho.
Em sua mais recente estimativa, divulgada em 30 de julho, o Deral apontou uma previsão de safra praticamente estável ante junho, em 3,68 milhões de toneladas, alta de 72% em relação à safra anterior e uma das maiores já registradas no Estado.
Em relatório nesta quarta-feira, Godinho afirmou que para os próximos dias não há previsão de geadas, "fato bastante positivo, tendo em conta os prejuízos trazidos por este fenômeno meteorológico nos anos de 2017, 2018 e 2019".
"Por outro lado, a previsão indica também tempo seco, que somado a baixa pluviometria de julho deve trazer perdas às lavouras. Isto estará quantificado no relatório de safra de agosto, quando uma pequena parcela do trigo do Estado deverá estar colhida e uma grande parcela estará em maturação, com seu potencial definido."
"Ao longo de agosto, os relatórios semanais de Plantio e Colheita serão um termômetro dos possíveis prejuízos. O relatório mais recente mostra um cenário bom, ainda que não como a excelente condição de 2016...", disse.
O cereal teve a avaliação de qualidade levamente rebaixada no relatório divulgado nesta terça-feira --88% das lavouras estavam em bom estado, queda de 1 ponto percentual na comparação com a semana anterior.
"Eu acho que teremos algumas perdas computadas já em agosto, mas pequenas. O problema será se depois da primeira quinzena as chuvas continuarem insignificantes", disse ele.
O Paraná responde por cerca de metade da produção de trigo do Brasil, cuja safra pode atingir um recorde e superar 7 milhões de toneladas em 2020, se o tempo colaborar, reduzindo as necessidades de importação, disseram especialistas à Reuters na semana passada.
(Por Roberto Samora)