Exportações de trigo do Mar Negro devem avançar 4% em 2019/20, mostra pesquisa
Por Polina Devitt
MOSCOU (Reuters) - As exportações de trigo de Rússia, Ucrânia e Cazaquistão devem avançar 4% na temporada comercial de 2019/20, de acordo com pesquisa realizada pela Reuters, uma vez que a onda de calor de junho não se sobrepôs ao clima favorável do inverno, o que sinaliza uma forte competição com a União Europeia.
A maior parte do trigo proveniente do bloco é exportada pelo Mar Negro para consumidores na África e no Oriente Médio, importantes compradores também para a União Europeia, cuja safra também deve se recuperar neste ano.
As exportações gerais de trigo de Rússia, Ucrânia e Cazaquistão tendem a subir para 63,2 milhões de toneladas na temporada, que começou em 1º de julho, mostrou a pesquisa, que envolveu 19 analistas, autoridades e operadores.
A safra de trigo conjunta dos três países avançará 8,5% em 2019, para 120,4 milhões de toneladas, de acordo com a média das estimativas.
"A vantagem competitiva dos exportadores russos irá melhorar nesta temporada: o crescimento da oferta no Mar Negro é positivo, em meio a uma situação mais desafiadora com os grãos nos Estados Unidos e uma possível retração nas previsões para a UE", disse Darya Snitko, do centro de projeções econômicas do Gazprombank.
Na Rússia, que deve permanecer como maior exportadora mundial de trigo, a onda de calor de junho causou recentemente uma série de diminuições nas estimativas, com alguns analistas e operadores dizendo que podem reduzi-las ainda mais.
Nesta segunda-feira, SovEcon e IKAR, principais consultorias agrícolas de Moscou, diminuíram suas previsões para a safra 2019.
Os estoques menores de grãos no início da temporada, entretanto, ajudarão a amenizar a pressão da grande safra no mercado doméstico russo.
(Reportagem de Polina Devitt e Olga Popova em Moscou, Pavel Polityuk em Kiev, Gus Trompiz e Valerie Parent em Paris, e Nigel Hunt em Londres)