Argentina: dependendo da condição de plantio, geadas podem afetar trigo, alerta especialista

O frio apareceu na Argentina, quando muitos já especulavam um inverno normal. A sequência de geadas na primeira semana de julho, que incluiu uma de -5,9°C durante seis horas, deu um "basta" ao que havia sido estabelecido pela primavera no sudeste de Córdoba. O mesmo ocorreu em outras regiões. Juan Pablo Ioele, técnico e chefe do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) do país, alertou ao La Nación quais são os riscos que podem ser trazidos por esse fenômeno.

O frio e o tempo seco eram esperados por grande parte dos produtores. Por um lado porque um importante número de áreas de milho plantadas na última safra estavam com umidades elevadas em momento de colheita. Com os altos custos de secagem, esses cultivos permaneciam em suas áreas ainda sem colher, esperando a baixa da umidade.

Por outro lado, o trigo também esperava o frio, já que a zona optou por plantar muitos ciclos largos. Embora o trigo, na fase atual, resista muito bem ao frio, já houveram experiências em safras anteriores em lotes situados em áreas mais baixas ou sobre rastros de milho nos quais as geadas afetaram de certo modo.

O problema dessa sequência de geadas fica hoje, justamente, naqueles lotes onde, por consequência de uma má escolha do cultivar ou por atraso de plantio, ficaram expostos ao estresse. A instabilidade dos invernos faz com que a tomada de decisões por parte dos produtores tenha que ser cada vez mais precisa.

Embora a prioridade seja obter o maior rendimento possível, a história das últimas campanhas diz que nem todos os anos apresentam um clima similar ao ano anterior. Por isso, a análise do ambiente, o clima e a margem desejada são pilares fundamentais para definir a utilização da variedade.

Tradução: Izadora Pimenta