Cana-de-açúcar puxa aumento na renda do produtor rural paulista
Segundo o IEA, o Índice de Produtos de Origem Vegetal (IqPR-V), que inclui a cana, apontou alta de 12,66% na segunda quadrissemana de maio, e o Índice de Produtos de Origem Animal (IqPR-A) caiu 2,61%. Se a cana fosse desconsiderada, o IqPR-V teria queda de 4,78% no período.
Além da cana, cuja alta alcançou 25,47% entre as segundas quadrissemanas de abril e de maio, os produtos do IqPR com maiores altas foram: feijão (17,38%), banana nanica (10,13%) e leite C (5,52%).
Segundo o IEA, a alta no feijão ocorreu pela escassez do produto até a colheita da safra de inverno. As altas na banana e no leite ocorreram pela menor oferta e a demanda aquecida.
Já os produtos que tiveram as maiores quedas entre os períodos comparados foram laranja para mesa (25,07%), algodão (14,93%), carne de frango (9,86%), soja (5,10%) e milho (4,81%).
Para a laranja, a soja e o milho as quedas são explicadas pela safra dos produtos, que elevou a oferta. Para o algodão, a redução está atrelada à baixa nos preços internacionais e a queda no frango é explicada pela boa oferta em um cenário de estabilidade de demanda.
Mas o destaque negativo foi a laranja para mesa, que caiu 25% - a caixa de 40,8 kg passou de R$ 24 para R$ 18. Segundo o IEA, o início da safra da laranja aumentou a oferta do produto e reduziu os preços recebidos pelos agricultores.
Na segunda quadrissemana de maio, nove produtos apresentaram alta de preços, sete de origem vegetal e dois de origem animal, e dez apresentaram queda, seis de origem vegetal e quatro de origem animal.
Açúcar
O aumento do preço da cana contrasta com quedas sucessivas no valor do açúcar. Segundo o Centro de Estudos e Pesquisas Aplicadas (Cepea), o tipo Cristal caiu 2,5% nos últimos sete dias. A saca de 50 kg está cotada a R$ 59,81.
Desde o início do ano, a redução ultrapassa 25%. Em janeiro, a remuneração do produto chegou a R$ 76,42%. Para o consultor de agronegócio José Guilherme Nogueira, a queda está associada à especulação no mercado financeiro internacional. "A oferta e o consumo não sofreram fortes variações. Acredito que o preço possa se recuperar entre 10% a 15% dos valores de hoje, voltando a melhorar a rentabilidade da atual safra."