Seca também afeta cana no Nordeste
Renato Cunha, presidente da entidade, explica que o intenso clima seco afetou a matéria-prima justamente em seu período de crescimento, entre maio e julho. O norte do Nordeste - Rio Grande do Norte, Paraíba e Norte de Pernambuco - foi a região mais afetada. "O sul de Pernambuco e o norte de Alagoas receberam boas chuvas", conta Cunha.
Com a nova estimativa de moagem, a região agora prevê produzir 4,4 milhões de toneladas de açúcar e 2,1 milhões de litros de etanol - ante as 4,6 milhões de toneladas do adoçante e 2,2 milhões de litros do biocombustível previstos no início da safra.
Em 15 de novembro, última estimativa de produção de toda a região Nordeste, a moagem de cana havia alcançado 24,3 milhões de toneladas, explica Cunha. Mas em 15 de dezembro, ou seja, 30 dias depois, somente Alagoas e Pernambuco, que representam 68% da produção nordestina, moeram juntos 23,2 milhões de toneladas, o que fez o Sindaçucar estimar uma moagem acumulada de toda a região até 15 de dezembro na ordem de 47,5 milhões de toneladas. "Não acredito em mais mudanças até o fim da safra, ou seja, até março. O processamento deve ser encerrado em 61 milhões de toneladas".
O executivo diz que ainda é cedo para prever com exatidão o tamanho do próximo ciclo, o 2011/12. "Mas, a estimativa preliminar é de que há potencial para ficar entre 63 milhões e 65 milhões de toneladas", afirma.
As exportações de açúcar do Nordeste seguem estáveis. Entre agosto e dezembro de 2010, os portos de Maceió e Recife embarcaram juntos 1,065 milhão de toneladas do adoçante, número semelhante aos 1,022 milhão realizados em igual intervalo de 2009, segundo levantamento da consultoria Kingsman do Brasil. "A diferença é que o volume de 2010 ficou concentrado entre setembro e dezembro, pois em agosto não houve movimento nos portos nordestinos", diz o diretor da Kingsman, Luiz Carlos dos Santos Júnior.