Altas do açúcar superam 4% em NY e Londres com temor sobre a oferta e real mais valorizado
“Os preços do açúcar subiram acentuadamente para máximas de 3 semanas em sinais de menor produção global de açúcar”, aponta o Barchart. O portal cita como motivos para a alta o corte na previsão da produção indiana e os dados divulgadas pela Única para o Centro-Sul do Brasil abaixo dos contabilizados no ano anterior.
Além disso, os ganhos no açúcar aceleraram na segunda-feira após o real brasileiro ter subido contra o dólar, pois, como destaca o Barchart, o real mais forte desencoraja a venda de exportação dos produtores de açúcar do Brasil.
Em análise publicada no último final de semana, Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting, afirma que uma combinação de baixa nos estoques de passagem ou na safra de 2025/26 da Índia, safra lenta no Centro-Sul do Brasil e redução da disponibilidade brasileira pode trazer grande instabilidade para os preços em Nova Iorque. “Essa combinação pode fazer explodir o spread março/maio 2026”, destaca.
Por esse motivo, ele alerta que os compradores têm uma chance para aproveitar os atuais preços. “Os consumidores industriais devem ficar de olho nos excelentes preços para 2025 e 2026 em centavos de dólar por libra-peso, deixando para fixar o dólar depois. Não acreditamos que na atual conjuntura esses preços vão permanecer nesse nível. Além do Brasil, quem consegue vender açúcar abaixo de 18 centavos de dólar por libra-peso?”, acrescenta Corrêa.
Nesta segunda-feira, em Nova Iorque, o contrato maio/25 fechou com alta de 0,78 cents (4,06%) e foi a 19,97 cents/lbp. O julho/25 registrou aumento de 0,64% (3,38%) e passou a valer 19,57 cents/lbp. O outubro/25 encerro o dia em 19,58 cents/lbp, ganho de 0,55 cents (2,89%). O março/26 foi a 19,80 cents/lbp, após avanço de 0,46 cents (2,38%).
Entre os principais contratos da Bolsa de Londres, o maio/25 fechou com valor de US$ 564,80/tonelada, aumento de 2.330 pontos (4,30%). O agosto/25 foi a US$ 546,80/tonelada, após avanço de 1.970 pontos (3,74%). O outubro/25 encerro o dia negociado em US$ 536,50/tonelada, ganho de 1.610 pontos (3,09%). O dezembro/25 subiu 1.260 pontos (2,44%), cotado em US$ 529/tonelada.
No mercado interno brasileiro, como mostra o indicador Cepea Esalq/USP, o açúcar cristal em São Paulo vale R$ 139,50/saca, após desvalorização de 2,28%. Em Santos (FOB), o preço é de R$ 144,95, com baixa de 0,35%.
Nas praças do Nordeste, em Alagoas o açúcar tem preço de R$ 155,86/saca, após uma alta de 2,83%. Na Paraíba o adoçante está cotado em R$ 142,81/saca, enquanto que no Pernambuco o valor é de R$ 150,49/saca.