Açúcar: Com tendência de queda intensificada, contrato março/25 de NY se aproxima dos 21 cents/lbp

Publicado em 13/11/2024 17:16
Entressafra longa que era esperada não deve mais ocorrer

Pela quarta sessão consecutiva, os preços futuros do açúcar fecharam em baixa nesta quarta-feira (13), nas bolsas de Nova York e Londres. Após essa nova queda, o contrato março/25 de NY se distanciou dos 22 cents/lbp e agora já se aproxima do suporte dos 21 cents/lbp. Segundo Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado, uma tendência de queda que persistia há quatro semanas se intensificou nos últimos dias, o que provocou as recentes reduções.

De acordo com ele, houve uma sobreposição de vetores de baixa no curto e médio prazo, formada pelo clima no Brasil e pelo câmbio. Muruci destaca que as  chuvas da semana no Centro-Sul brasileiro foram muito volumosas, e o mercado internacional interpretou isso como positivo para a produção de cana-de-açúcar no país, tanto para o restante da safra atual quanto para a próxima, que começa em abril de 2025.

Também por interferência do clima, o analista afirma que a entressafra brasileira deve ser dentro da normalidade. Até o último mês, a expectativa do mercado era de que essa período fosse mais longo do que normal, por conta do tempo seco. Entretanto, as chuvas recentes no Centro-Sul do país já foi eficaz para promover uma recuperação dos canaviais.

“Eu não diria que será uma entressafra mais longa, eu diria que será uma entressafra regular. Aquele término antecipado que tinha nessa safra 24/25, em função da seca, não existe mais. A estação  chuvosa no Centro-Sul começou no início de outubro, geralmente ela começa no início de novembro. Então nós temos uma estação chuvosa com início antecipado em um mês, praticamente, e esse início antecipado em um mês já melhorou a cana. Não é que irá melhorar, já melhorou. Então, por isso que esse término antecipado foi cancelado”, diz Muruci.

Além disso, ele também explica que o real desvalorizado diante do dólar, e a moeda norte-americana valorizada internacionalmente fazem com que os produtores brasileiros aumentem a oferta de açúcar.  Há também safras na Europa que terminaram recentemente e acontece o mesmo movimento por conta da moeda norte-americana elevada, com a possibilidade de triplicar o excedente exportável da União Europeia, passando 300 mil toneladas.

Preços internacionais 

No fechamento desta terça-feira, em Nova York, o contrato março/25 recuou 0,18 centavos (-0,84%), sendo negociado a 21,17 centavos/lbp. O maio/25 caiu 0,20 centavos (-1,00%), fechando a 19,73 centavos/lbp. O julho/25 teve uma baixa de 0,16 centavos (-0,83%), encerrando a 19,01 centavos/lbp, enquanto o outubro/25 caiu 0,16 centavos (-0,84%), fechando a 18,86 centavos/lbp.

Na Bolsa de Londres, o contrato dezembro/24 registrou uma queda de US$ 4,80 (-0,88%), sendo negociado a US$ 538,20 por tonelada. O março/25 recuou US$ 7,60 (-1,36%), fechando a US$ 549,30 por tonelada. O maio/25 apresentou uma baixa de US$ 5,70 (-1,04%), encerrando a US$ 543,40 por tonelada, enquanto o agosto/25 desceu US$ 4,80 (-0,90%), cotado a US$ 529,00 por tonelada.

Mercado interno 

No mercado físico brasileiro, indicador Cepea Esalq mostra o açúcar cristal branco, em São Paulo, com alta de 0,18%, cotado em R$ 167,53/saca. O açúcar cristal em Santos (FOB) tem valor de R$ 153,81/saca, após desvalorização de 0,06%. O cristal empacotado vale R$ 17,0592/5kg, ganho de 1,06%. O refinado amorfo está cotado em R$ 3,8403/kg, aumento de 2,16%. O VHP tem preço de R$ 111,81/saca.

Em Alagoas, também com base no que mostra o indicador Cepea Esalq, o preço do açúcar está em R$ 152,32/saca. Na Paraíba, a cotação é de R$ 158,25/saca. Em Pernambuco, o adoçante vale R$ 151,57/saca.

Em relação ao mercado interno, Mauricio Murici destaca que pode haver pressão de redução de oferta. Segundo ele, o final da safra historicamente é marcado por um direcionamento do mix para etanol, então o que pode haver é uma redução na oferta do adoçante. Mesmo que vá se processar mais cana, o direcionamento será maior para o biocombustível, o que incentiva as altas do indicador Cepea.

Por: Igor Batista
Fonte: Notícias Agrícolas

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