Mercado do açúcar recua, mas continua de olho no clima do Brasil e da Tailândia
Após dois dias seguidos de alta, o mercado de açúcar recua levemente nesta terça-feira (30) para o contrato maio/24 de Nova Iorque, que é negociado a 20,12 centavos por libra peso, resultado -0,08% que o fechamento anterior. A queda fica mais acentuada para os contratos a médio prazo, com diminuição de 0,81% para o contrato julho/24, cotado a 19,62 cents/lb e -0,46% para o outubro/24, negociado a 19,70 cents/lb. Em Londres, a tonelada é negociada a 573 dólares, leve recuo de 0,14%.
Mesmo com as quedas, o mercado continua de olho no clima, principalmente no Brasil e na Tailãndia. Para a produção brasileira, a preocupação é com relação a estiagem que afeta parte do país. Na semana passada, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) trouxe o primeiro levantamento de produção da safra 24/25. De acordo com a instituição, o país deve produzir 685 milhões de toneladas, redução de 3,8% em relação à safra anterior. Os principais motivos para essa expectativa são os baixos índices pluviométricos e as altas temperaturas registradas no Centro-Sul, principal região brasileira para a produção de cana.
Ja na Tailândia e no sudeste asiático em geral, o calor forte faz com que as temperaturas cheguem a níveis acima de 40°C. O mês de abril, que historicamente é considerado como o mais quente do ano, bateu recordes em 2024 e fez com que o consumo de bebidas geladas, sorvetes e afins aumentasse consideravelmente, repercutindo em demanda extra por açúcar.
MERCADO INTERNO
Os preços médios do açúcar cristal caíram na última semana no mercado spot do estado de São Paulo. Segundo pesquisadores do Cepea, apesar da oferta do tipo Icumsa até 180 ainda reduzida, o recuo da demanda pressionou as cotações. O clima de safra atrelado à desvalorização internacional do açúcar demerara têm feito com que compradores aguardem novas baixas. De modo geral, pesquisadores do Cepea apontam que a colheita e a moagem da cana-de-açúcar da safra 2024/25 seguem sem interrupções, devido ao clima seco em SP. Porém, usinas estão priorizando a entrega dos contratos do cristal, o que reduz a disponibilidade para as negociações no mercado à vista.
Após cinco semanas em alta, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado voltou a cair no mercado paulista. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio sobretudo do aumento da oferta do biocombustível no spot. Além da normalização da moagem e da volta das atividades industriais, algumas usinas tiveram necessidade de realizar novas vendas. Ainda conforme pesquisadores do Cepea, compradores até estiveram mais ativos, adquirindo volumes maiores – a participação foi principalmente de distribuidoras de diferentes portes. Entre 22 e 26 de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado teve média de R$ 2,2981/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), recuo de 6,42% frente à do período anterior. No caso do anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 2,7175/litro (líquido de PIS/Cofins), queda de 1,35%.