Açúcar cai nas bolsas com avanço da safra do BR e divulgação de dados da Conab nesta 4ª
As cotações futuras do açúcar caíram nas bolsas de Nova York e Londres na sessão desta quarta-feira (29). O mercado foi pressionado pela perspectiva de recorde na safra pela Conab, avanço da safra do Centro-Sul do Brasil e as oscilações do câmbio no dia.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve desvalorização de 0,48%, a 26,86 cents/lb, com máxima em 27,12 cents/lb e mínima de 26,80 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve queda de 0,47%, negociado a US$ 734,70 a tonelada.
O mercado do açúcar voltou a cair nesta quarta-feira em meio diversos fatores baixistas. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) atualizou suas previsões para a temporada 2023/24 do Brasil com recorde para produção de cana e açúcar.
A produção de açúcar do Brasil foi estimada em recorde de 46,88 milhões de toneladas neste ciclo, o que representa um salto de cerca de 6 milhões de toneladas ante a previsão anterior e 27,4% maior do que o volume registrado no ciclo 2022/23.
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Também ainda permeiam o mercado os dados de avanço da safra apontados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) referentes à primeira quinzena do mês de novembro.
A produção de açúcar na primeira metade de novembro totalizou 2,19 milhões de toneladas, segundo a entidade da indústria. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 22/23 de 1,67 milhão de t, representa aumento de 32,09%.
Uma pesquisa de analistas realizada pela S&P Global Commodity Insights apontava moagem de 2,15 milhões de t para o período.
No financeiro, o mercado do açúcar também foi pressionado pela alta do dólar sobre o real no dia, o que tende a encorajar as exportações das commodities, mas pressiona as cotações externas. Por outro lado, o petróleo disparou no dia, mas sem influência.
MERCADO INTERNO
O mercado interno do açúcar tem oscilado pouco nos últimos dias, mas já caiu forte ao longo de novembro. "No geral, a demanda no mercado doméstico não tem mostrado sinais de aquecimento, o que fez com que algumas usinas baixassem os valores da saca, em especial para o cristal tipo Icumsa 180. Já para o tipo de melhor qualidade, o cristal Icumsa 150, os preços seguiram firmes, uma vez que as exportações seguem aquecidas", reportou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 154,14 a saca de 50 kg com valorização de 0,21%.
Nas regiões Norte e Nordeste, o açúcar ficou cotado a R$ 154,04 a saca - estável, segundo dados coletados pela consultoria Datagro. Já o açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 28,12 c/lb com desvalorização de 0,77%.