Raízen começa desestocagem de açúcar após recuo nas vendas trimestrais, diz CEO
SÃO PAULO (Reuters) - A desestocagem de açúcar da Raízen está começando agora e deve se prolongar até o último trimestre da safra 2023/24, a ser encerrada em março no centro-sul, enquanto no caso do etanol as vendas de estoques vão se dar mais na última parte do ano-safra, disse nesta terça-feira o CEO da companhia, Ricardo Mussa, durante teleconferência para comentar os resultados.
A estratégia é buscar os melhores momentos de preços, especialmente na entressafra para o etanol. As vendas dos dois produtos da Raízen recuaram no segundo trimestre da safra, a despeito do aumento da produção de açúcar e etanol no período, informou a empresa na véspera.
"Etanol é para o último trimestre, fevereiro... Estamos em boa posição, somos integrados para entender o que está acontecendo no mercado de etanol", disse Mussa, ao responder pergunta de analista, lembrando que a companhia também exporta grandes volumes.
Ele disse que, para o etanol, há boa razão para carregar os estoques e vender no mercado brasileiro na entressafra. "Vemos mais potencial de alta (de preço) do que de baixa para o etanol", disse, lembrando que o consumo do biocombustível está se recuperando.
"No mercado de açúcar, vai começar agora e ir até fevereiro, março, vai ser dividido nos dois (últimos) trimestres (da safra) igualmente", acrescentou ele, destacando que questões logísticas nos portos também vão determinar a velocidade da exportação, embora não veja grandes dificuldades no caso da Raízen.
"Vai ser bem estável nos dois trimestres", reforçou.
PRÓXIMA SAFRA
Mussa disse também que a companhia espera boas produtividades para a sua próxima safra (2024/25), considerando um clima normal, mas ressaltou que os canaviais da companhia estão mais bem preparados para enfrentar adversidades climáticas, uma vez que a empresa esta melhorando a irrigação.
"Estamos confiantes", disse o CEO.
Sobre os números finais da safra atual, Mussa evitou dar um número preciso, ressaltando que isso dependerá do clima para a colheita.
A empresa espera moer no mínimo 80 milhões de toneladas em 2023/24. Mas Mussa ressaltou que a maior parte desse volume já foi processado.
(Por Roberto Samora)