Açúcar: NY recua com realização de lucros e petróleo, após máximas de uma década
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta sexta-feira (29) com perdas expressivas nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado do adoçante sente pressão de um movimento de realização de lucros, além do petróleo no financeiro.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 1,78%, a 26,48 cents/lb, com máxima em 27,10 cents/lb e mínima de 26,36 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve baixa de 1,49%, a US$ 705,90 a tonelada.
Na semana, o principal vencimento no terminal norte-americano acumulou baixa de 0,38%.
Depois de máximas de cerca de uma década nas bolsas externas nos últimos dias em meio apreensões ligadas à oferta do adoçante, o mercado do açúcar caiu forte na reta final desta semana com movimento natural de realização de lucros.
Ainda assim, analistas explicam que a tendência permanece altista ao mercado com os fundamentos.
"Os revendedores disseram que o mercado deverá permanecer apertado na próxima temporada global 2023/24, em parte devido a uma queda potencial na produção na Ásia ligada ao fenômeno climático El Niño", disse a agência Reuters.
Como outro fator de baixa aos preços nesta semana, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) divulgou que na 1ª metade de setembro a produção de açúcar no Centro-Sul totalizou 3,12 milhões de toneladas.
Essa quantidade, quando comparada a registrada na safra 22/23 de 2,87 milhões de toneladas, um aumento de 8,54%. Apesar disso, o volume ficou levemente acima da projeção da S&P Global Commodity Insights de 3,19 milhões de toneladas de açúcar.
No financeiro, o açúcar também sentiu pressão da queda moderada do petróleo nesta sexta. As oscilações do óleo bruto impactam diretamente na decisão de produção das usinas por açúcar ou etanol com base na rentabilidade dos produtos.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar no mercado físico permanecem valorizados com atenção ao exterior. Além disso, a oferta de açúcar para o spot paulista permanece restrita com usinas priorizando a exportação
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 155,51 a saca de 50 kg com desvalorização de 0,03%.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 154,45 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 27,59 c/lb com alta de 2,32%.