Medidas de vigilância sobre as importações de etanol pela UE são vistas com perplexidade e preocupação pela Unica
A Comissão Europeia anunciou, na semana passada, que irá adotar a implementação de medidas de vigilância retroativas sobre as importações de etanol de vários países, incluindo o Brasil e os Estados Unidos, que são os dois principais produtores do biocombustível no mundo.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) se posicionou nesta quarta-feira (27), através de nota, sobre o assunto e se mostrou perplexa e preocupada com as novas medidas. A Europa é um grande importador de etanol, já que não dispõe de oferta local para suprir sua demanda.
"Aplicada de forma unilateral, a tentativa de colocar entraves à importação do biocombustível brasileiro para o bloco europeu é uma decisão exclusivamente protecionista de mercado, que desconsidera os atributos do etanol, podendo impactar diretamente na tarifa do sistema integrado da União Europeia", destaca a Unica.
O anúncio não fará com que o as importações sejam restringidas pela União Europeia, mas serão exigidos dados de importação para monitoramento pelo bloco. Entre janeiro e agosto de 2023, a UE importou cerca de 304 mil m³ de etanol do Brasil, segundo a balança comercial do país.
"Entendemos que o Brasil está sendo penalizado por sua eficiência ao disponibilizar para o mundo uma energia limpa, renovável, produzida de forma sustentável em toda a sua cadeia de valor. E, mais do isso, que responde positivamente ao maior desafio ambiental do século 21 – a redução de emissões de gases de efeito estufa para a atmosfera", complementa a entidade ligada à indústria.
A Unica diz ainda na nota que está em contato com as autoridades da Comissão Europeia "para entender os contornos dessa medida e garantir que etanol não tenha sua competividade comprometida por uma política econômica contra a eficiência, a sustentabilidade e excelência de um produto do setor sucroenergético brasileiro".