Unidade da Suedzucker descarta plano de aumentar produção de açúcar na França, cita importações da Ucrânia

Publicado em 11/09/2023 16:00

 

Por Sybille de La Hamaide

PARIS (Reuters) - A produtora de açúcar Saint Louis Sucre, de propriedade da alemã Suedzucker, pediu aos agricultores franceses que não aumentassem sua produção de beterraba em 2024 para evitar uma queda nos preços em meio à forte concorrência do açúcar ucraniano, segundo cópias de uma carta vista pela Reuters.

"Nossa ambição de aumentar as áreas... se encontra em concorrência dentro da estrutura do esforço de solidariedade da União Europeia em favor da Ucrânia", disse a Saint-Louis Sucre (SLS, na sigla em inglês) em uma carta datada de 6 de setembro.

"Nosso objetivo é garantir que cada tonelada de açúcar produzida na França responda perfeitamente à demanda e seja valorizada da melhor forma possível no mercado europeu, a fim de atender à melhor renda possível da beterraba", diz também.

"Nesse contexto inesperado, contamos com vocês, plantadores históricos de SLS, para manter suas tonelagens de 2023 em 2024", disse.

As importações de açúcar da Ucrânia para a União Europeia aumentaram para 390 mil toneladas entre outubro de 2022 e julho de 2023, ante 25 mil toneladas no mesmo período da temporada anterior, segundo dados do bloco.

Em resposta a um pedido de comentário sobre a carta, um porta-voz da Suedzucker disse que o açúcar ucraniano, que tem o potencial de influenciar os mercados da União Europeia, deve ser reexportado para países terceiros, que precisam de alimentos.

Os agricultores franceses estão em processo de escolha de suas rotações de culturas para a próxima temporada, com as semeaduras de colza já concluídas e o trigo devendo começar no final deste mês.

O açúcar europeu estava sendo negociado a 915 euros por tonelada em julho de 2023, segundo os dados mais recentes da União Europeia, um aumento de 57% em relação ao ano anterior e o dobro do preço registrado em julho de 2021.

A Saint Louis Sucre fechou duas fábricas em 2019 como parte de um plano de reestruturação mais amplo na Suedzucker, a maior refinadora de açúcar da Europa. Ela ainda tem duas no norte da França.

(Reportagem adicional de Nigel Hunt e Michael Hogan)

Fonte: Reuters

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