Açúcar: Produção aquém do esperado na 2ª metade de junho dá suporte para NY e Londres
O mercado futuro do açúcar encerrou a sessão desta terça-feira (11) com valorização nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado teve suporte dos dados de produção da Unica aquém das expectativas no final de junho, além de acompanhar o financeiro mais positivo no dia.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve valorização de 0,38% no dia, a 23,53 cents/lb, com máxima em 23,71 cents/lb e mínima de 23,16 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato saltou 1,38%, negociado a US$ 659,70 a tonelada.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) trouxe na manhã desta terça-feira que a produção de açúcar na segunda quinzena de junho totalizou 2,69 milhões de toneladas, com um aumento de 7,57% ante o mesmo período do ano passado.
Porém, a S&P Global Commodity Insights, em uma pesquisa realizada nos últimos dias com 12 analistas de mercado, esperava que os números para o período viessem em 2,88 milhões de toneladas. Ou seja, pouco acima do que a confirmação da Unica de mais cedo.
No acumulado desde 1º de abril, início da safra 2023/24, a fabricação do adoçante totaliza 12,23 milhões de toneladas, contra 9,72 milhões de toneladas do ciclo anterior (+25,85%).
O mercado também monitora a condição da safra em outras importantes origens produtoras. Há preocupação de que as chuvas de monção na Índia ainda não sejam suficientes para recuperar os canaviais do segundo maior exportador global.
Ajustes técnicos também contribuíram aos preços, além do financeiro. O petróleo subia cerca de 2% nesta tarde, impulsionado pela queda do dólar e esperanças com a demanda. As oscilações do óleo impactam nos combustíveis e na decisão de produção das usinas.
Já o dólar operava com queda sobre o real, o que tende a desencorajar as exportações das commodities, mas dá suporte aos preços externos do adoçante.
MERCADO INTERNO
O avanço da safra 2023/24 do Centro-Sul do Brasil tem impactado negativamente nos preços. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi negociado a R$ 139,04 a saca de 50 kg com desvalorização de 1,74%.
Segundo pesquisadores do Cepea, nos momentos de quedas, os preços foram influenciados pela postura mais flexível das usinas ativas no mercado e pela demanda enfraquecida, ao passo que as altas nas cotações estiveram atreladas a valorizações pontuais observadas nos contratos do demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures).
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Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 156,14 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 24,50 c/lb e desvalorização de 0,38%.