Preço médio do CBio retoma patamar de quase um ano na B3, em cerca de R$ 145; Itaú BBA explica tendência
O preço médio dos Créditos de Descarbonização (CBios) nesta penúltima semana do mês de junho atingiu patamares que não eram registrados há quase um ano na bolsa de valores de São Paulo (B3). Nesta quinta-feira, o preço médio de negociação definitiva registrou R$ 144,30/CBio, com máxima de R$ 146,94/CBio e mínima de R$ 136,75/CBio.
A última vez que um valor próximo a esse foi registrado na B3 foi quando os preços registraram média de R$ 153,95 no dia 18 de julho de 2022. O preço médio recorde de CBio já registrado na B3 foi em 30 de junho de 2022, em R$ 202,65.
O CBio faz parte da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). Ele pode ser considerado o principal ativo para a redução das emissões de gases que intensificam o efeito estufa, de acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica). Cada crédito representa uma tonelada de CO2 que deixou de ser emitida.
Para atingir a redução efetivas das emissões, o RenovaBio estipula metas anuais para que distribuidoras de combustíveis neutralizem as emissões com a venda de combustíveis fósseis a partir dos Créditos de Descarbonização.
A analista do Itaú BBA, Annelise Sakamoto Izumi, explica que essa recente escalada de alta nos preços dos CBios na B3 ocorre desde maio com um aquecimento das negociações, mas depois houve mudança de cenário em junho. Assim, é complicado projetar uma tendência definitiva para esse mercado ao longo das próximas semanas.
"Na 2ª quinzena de maio, o aumento do volume de negociações aqueceu os preços dos títulos, mas na 1ª quinzena de junho as negociações caíram e os preços continuaram realizando altas. Nesse sentido é difícil dizer o que está direcionando o mercado no momento. A possibilidade é de que a parte demandante por Cbios esteja mais ativa no mercado", explica a analista.
Além disso, o mercado de CBios trabalha neste momento com duas metas a serem cumpridas, de acordo com decreto do Ministério de Minas e Energia publicado no último mês de abril, o que deficulta qualquer previsão sobre os preços. A meta de 2022 tem prazo que irá até o final de setembro de 2023 e a meta de 2023 que irá até o final de março de 2023.
"Não é possível saber o quanto da meta de 2022 já está cumprida, e para qual meta as negociações do período estão sendo realizadas. Historicamente, os períodos mais próximos do vencimento do prazo os preços costumam ficar mais aquecidos, porém como não sabemos se a meta 2022 já está completa ou não, não podemos afirmar que haverá novas altas de preços", destaca Izumi.