Açúcar: Financeiro pesa e bolsas de Nova York e Londres têm queda forte nesta 4ª
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta quarta-feira (31) com forte queda nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado teve um novo dia de peso do financeiro, com perdas do petróleo e foco no câmbio, mas também seguiu dados da Índia sobre as exportações.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 1,07% no dia, negociado a 25,06 cents/lb, com máxima em 25,44 cents/lb e mínima de 25,02 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve desvalorização de 1,51% no dia, cotado a US$ 696,10 a tonelada.
Depois de preocupações sobre se o Congresso dos Estados Unidos aprovaria o pacto do teto da dívida, além de expectativas com a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) no fim de semana, o petróleo passou a repercutir temores sobre a demanda.
Esta quarta-feira foi marcada pela divulgação de dados fracos do maior importador de petróleo do mundo, a China, que pesaram sobre petróleo, além do dólar.
"Os preços mais fracos do petróleo prejudicam os preços do etanol e podem levar as usinas do mundo a desviar mais a moagem de cana para o açúcar do que para o etanol, aumentando assim a oferta do adoçante", explicou o Barchart sobre o impacto do óleo no açúcar.
Além disso, o dólar tinha alta moderada sobre o real nesta tarde de quarta-feira, o que tende a encorajar as exportações e também pesa aos preços.
Nos fundamentos, por outro lado, seguem sendo acompanhados os temores sobre a oferta asiática, principalmente da Índia e da Tailândia, apesar de perspectiva de safra positiva neste ciclo 2023/24 no Centro-Sul do país, que deve dar importante suporte para o saldo global.
Sobre a Índia, autoridades do setor afirmaram à Reuters que as usinas do país embarcaram até o momento 6,1 milhões de toneladas de açúcar em meio altos preços. No entanto, é improvável que o segundo maior produtor mundial do adoçante permita exportações adicionais.
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MERCADO INTERNO
O mercado interno do açúcar segue acompanhando a oferta restrita de alguns tipos do adoçante. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi negociado a R$ 149,55 a saca de 50 kg com valorização de 0,63%.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 162,57 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 27,02 c/lb e queda de 0,15%.