Açúcar em NY não consegue sustentação nos 26 cents/lb e cai nesta sessão de 3ª
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta terça-feira (23) com queda na maioria dos contratos nas bolsas de Nova York e Londres. Apesar de alta em parte do dia, o mercado fechou no vermelho com movimentação técnica após não conseguir se sustentar nos 26 cents/lb em Nova York.
Apesar disso, as preocupações com a oferta e o financeiro seguem no radar do mercado como fatores altistas.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 0,69% no dia, a 25,81 cents/lb, com máxima em 26,22 cents/lb e mínima de 25,77 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato saltou 0,07% no dia, a US$ 713,40 a tonelada, mas os outros contratos recuaram.
Depois de alta na véspera e de operar acima dos 26 cents/lb no terminal norte-americano durante parte da sessão desta terça-feira, o mercado do açúcar fechou em queda técnica. Esse patamar parece alto demais aos operadores mesmo após as recentes informações sobre a oferta global.
"O mercado continuou sustentado pela preocupação de que um evento climático El Nino amplamente previsto poderia levar a um clima mais seco na Ásia nos próximos meses, prejudicando a produção nos principais países produtores, como Índia e Tailândia", destacou no dia a agência Reuters.
Os preços do açúcar já tinham registrado alta nos últimos dias em meio aos temores com a oferta asiática.
A Organização Internacional do Açúcar (ISO, em inglês) reduziu nesta segunda (22) drasticamente suas previsões de superávit global em 2022/23 (outubro-setembro) para 850 mil toneladas. A estimativa anterior era de 4,15 milhões de toneladas.
Já no financeiro, o dia foi de valorização de mais de 1,5% do petróleo no cenário internacional, o que tendem a impactar positivamente no adoçante. Além disso, o dólar tinha leve queda sobre o real, o que tende a desencorajar as exportações.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar no mercado físico têm trabalhado sem direção definida, inclusive com momentos de alta apesar da safra em andamento.
"Usinas continuam priorizando a entrega do açúcar já contratado, tanto para o mercado interno quanto para o externo, e há poucos lotes do cristal Icumsa até 180 disponíveis para venda à pronta-entrega, sustentando os valores", destaca o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi negociado a R$ 149,76 a saca de 50 kg com valorização de 0,13%.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 162,41 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 27,71 c/lb e salto de 0,80%.