Açúcar: Avanço da safra do BR e petróleo fazem NY cair mais de 2% nesta 5ª

Publicado em 11/05/2023 14:52 e atualizado em 12/05/2023 08:27
Produção do adoçante no Centro-Sul do Brasil se aproximou de 1 milhão de t na 2ª quinzena de abril

As cotações futuras do açúcar finalizaram a sessão desta quinta-feira (11) com queda expressiva nas bolsas de Nova York e Londres. A pressão no adoçante vem do avanço da safra 2023/24 do Centro-Sul do Brasil, além da queda expressiva do petróleo no financeiro.

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou queda de 2,40% no dia, a 26,02 cents/lb, com máxima em 26,74 cents/lb e mínima de 25,99 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato perdeu 1,80% no dia, a US$ 705,30 a tonelada.

O mercado do açúcar já iniciou a sessão desta quinta-feira com perdas nas bolsas externas, mas elas foram ampliadas depois da divulgação da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) sobre a moagem de cana na segunda quinzena de abril no Centro-Sul do Brasil.

A produção de açúcar no período na principal região produtora do país totalizou 988,97 mil toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada no mesmo momento da safra 2022/2023 de 934,27 mil toneladas, representa um aumento de 5,85%.

O número também é acima das 541,9 mil toneladas registradas na primeira quinzena de abril, mês que marca o início da safra no Centro-Sul do país. Apesar disso, a S&P Global Commodity Insights esperava que a produção nesse período ficasse em 1,24 milhão de toneladas.

Leia mais:

+ UNICA: Moagem no Centro-Sul totaliza 34,82 milhões de toneladas na no mês de abril

Apesar de um avanço na safra, os operadores no mercado do adoçante ainda monitoram a possibilidade de impactos na logística para escoamento da safra. As safras menores do que o esperado em países da Ásia, principalmente Índia e Tailândia também estão no radar.

"Com os fluxos de exportação da nova safra do Brasil sendo potencialmente limitados por restrições logísticas no segundo e terceiro trimestres devido à perspectiva de embarques recordes de grãos e uma possível ameaça de El Nino no final do ano, a perspectiva fundamental permanece favorável", disse o Rabobank.

No financeiro, o mercado do açúcar também sente pressão. O petróleo recuava forte nesta tarde, o que impacta na decisão do mix das usinas pois mexe nos preços dos combustíveis. Além disso, o dólar tinha leve alta sobre o real, o que tende a encorajar as exportações.

MERCADO INTERNO

A semana se aproxima do encerramento com preços do açúcar no interno próximos dos R$ 150 a saca. O aumento dos preços se deve ao atraso na produção, em decorrência das constantes chuvas ao longo de abril, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).

No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi negociado a R$ 148,77 a saca de 50 kg com queda de 0,21%.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 161,37 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 28,53 c/lb e alta de 1,75%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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