Açúcar dispara 2% em NY: Máximas de mais de 10 anos renovadas com temores sobre oferta

Publicado em 27/04/2023 15:21
Preocupações foram intensificadas pelas recentes chuvas no Brasil impactando moagem da safra 2023/24

Máximas de mais de 10 anos renovadas nesta quinta-feira (27) no mercado futuro do açúcar. Os preços do adoçante subiram mais de 2% em Nova York e 3,5% em Londres em meio preocupações com a oferta intensificadas pelas recentes chuvas no Brasil impactando moagem da safra 2023/24.

Além disso, segue atenção para as origens asiáticas do adoçante.

"Os comerciantes disseram que a produção abaixo do esperado na Índia, Tailândia e China reduziu a oferta, enquanto a colheita no Centro-Sul do Brasil foi retardada pelas chuvas", destacou nesta quinta a agência de notícias Reuters.

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York subiu 2,21%, cotado a 26,35 cents/lb, com máxima em 26,83 cents/lb e mínima de 25,55 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve alta de 3,60% no dia, a US$ 720,10 a tonelada.

As preocupações com as origens asiáticas, principalmente a Índia – com clima adverso e maior produção voltada ao etanol –, já permeavam o mercado nos últimos dias. Agora, também há apreensão com o Brasil, que deverá ser direcionador global da oferta.

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) trouxe mais cedo que a produção de açúcar na primeira quinzena de abril totalizou 541,9 mil toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 2022/2023 de 131,3 mil toneladas, representa um aumento de 312,6%.

Porém, ficou abaixo da expectativa do mercado para o período, em cerca de 560 mil toneladas.

Leia mais:

+ UNICA: Moagem atinge 13,6 milhões de toneladas na primeira quinzena de abril

O mercado ainda contou com suporte do financeiro com valorização do petróleo, que impacta na decisão sobre o mix das usinas, além de desvalorização do dólar sobre o real, que influencia nas exportações do adoçante.

MERCADO INTERNO

Os preços do açúcar seguem em alta no mercado brasileiro mesmo com o início da safra. A oferta ainda está aquém das expectativas com chuvas sendo registradas no Centro-Sul do país.

No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi negociado a R$ 144,21 a saca de 50 kg com alta de 0,83%.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 153,92 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 28,38 c/lb e desvalorização de 0,51%.

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