Produtores canavieiros paraibanos terão consultoria técnica sobre tempo e clima
A agricultura é uma atividade que depende de fatores climáticos, já que a mudança no clima pode afetar a produção agrícola de variadas formas. Portanto, conhecer antecipadamente as condições de tempo e clima influenciam na tomada de decisões mais efetivas e precisas, gerando resultados melhores na prática agrícola. E foi partindo deste contexto que o Departamento Técnico da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) formalizou uma parceria com o Doutor em Meteorologia, Alexandre Magno Teodósio de Medeiros, para que seus associados possam receber boletins meteorológicos regulares e assim melhor programarem suas ações no campo.
A consultoria, que começou a ser realizada a partir da segunda quinzena de março, prevê o monitoramento quinzenal e mensal das condições de tempo e clima sobre o Nordeste do Brasil, com ênfase nas mesorregiões do Agreste e da Mata Paraibana, além de avaliação das condições registradas e previstas. A consultoria prevê ainda a realização de palestras técnicas presenciais e/ou online a serem definidas oportunamente.
E o primeiro boletim com esses dados meteorológicos, com foco nas chuvas de março e previsão para a primeira quinzena de abril, já será divulgado na próxima semana. “Faremos rotineiramente o acompanhamento da evolução dos sistemas meteorológicos que influenciam no clima do Nordeste brasileiro, especialmente, nas áreas onde há predominância da cultura canavieira”, afirma o Dr. Alexandre de Medeiros. Ele explica que o estudo é feito em sintonia com os diversos órgãos mundiais de meteorologia e de acordo com a análise da modelagem numérica de tempo e clima das condições climáticas da região.
Ainda segundo o especialista, serão acompanhadas continuamente as condições climáticas Oceano-Atmosfera, desde a evolução da influência dos Oceanos Pacífico e Atlântico sobre o clima, como dos principais fenômenos que modulam o clima no Nordeste do Brasil, tais como, evolução do fenômeno ENOS (El Niño Oscilação Sul – Fenômeno que reflete o aquecimento anômalo das águas do Oceano Pacífico, dando sequência ao um fenômeno El Niño ou La Niña), variações intrassazonais (mudanças do clima induzidas por eventos transientes), a exemplo das oscilações de Madden & Julian e dos sistemas sinóticos que atuam ao longo da estação chuvosa no Nordeste do Brasil, sendo analisadas as condições que modelam o clima global e regional sobre a influência dos Oceanos Atlântico e Pacífico e as previsões climáticas dos principais modelos, tanto em nível nacional, quanto internacional.
O Diretor do DETEC da Asplan, Neto Siqueira, explica que os associados terão acesso a boletins quinzenais e mensais. “Nos boletins quinzenais teremos a evolução dos sistemas meteorológicos atuantes na região, balanço geral das precipitações pluviométricas na região e previsões para o período quinzenal, o que dará aos nossos associados um aporte importante para a tomada de decisão local e previsão em curto prazo. Já nos informes mensais, teremos as perspectivas para a previsão para o trimestre com enfoque na evolução e atuação do fenômeno ENOS e as perspectivas climáticas elaboradas pelos principais modelos dos principais institutos meteorológicos mundiais. Isso nos ajudará bastante em termos de planejamento e condutas”, reitera Neto Siqueira.
Ainda de acordo com Neto, a consultoria prevê também a realização de apresentações técnicas de previsão de clima e tempo, tanto no formato online como presencial. “Neste caso, vamos incluir essa temática de tempo e clima nas nossas palestras técnicas”, reitera Neto.