Açúcar: Queda de quase 3% do petróleo e câmbio pressionam mercado em NY e Londres

Publicado em 13/03/2023 15:14
Nos fundamentos, pesam informações sobre a safra 2023/24 do Centro-Sul do país que deve ser positiva

As quedas de quase 3% do petróleo no cenário internacional contribuíram para as perdas do açúcar nas bolsas de Nova York e Londres na sessão desta segunda-feira (13). Além disso, houve atenção para o câmbio e informações dos fundamentos.

A safra 2023/24 do Centro-Sul do país deve ser positiva e pesa sobre as cotações.

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 1,70%, a 20,80 cents/lb, com máxima em 21,27 cents/lb e mínima de 20,70 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato caiu 1,24% no dia, a US$ 582,60 a tonelada.

Os preços do açúcar caem desde a manhã desta segunda-feira em meio cenário de aversão ao risco nos mercados globais. O petróleo, por exemplo, caía quase 3% nas bolsas externas com temores bancários abalando o financeiro global.

"Foi meio surpreendente hoje ver a grande queda no petróleo, considerando o fato de que o Fed [Federal Reserve, banco central dos EUA] provavelmente terá mais dificuldade em aumentar as taxas de juros agressivamente e isso deve causar fraqueza no dólar", disse à Reuters Phil Flynn, analista da Price Futures Group.

As oscilações do óleo bruto impactam diretamente nos preços dos combustíveis e, consequentemente, também na decisão das usinas sobre a produção de açúcar ou etanol. O mercado do adoçante também sentia pressão do câmbio.

O dólar tinha alta moderada sobre o real nesta tarde de segunda-feira, o que tende a encorajar as exportações das commodities, mas pressiona as cotações externas. Também seguem os olhares dos operadores de mercado aos fundamentos.

Há informações bastante positivas sobre a safra 2023/24 do Centro-Sul do país, que tem sido beneficiada nos últimos meses com chuvas. Porém, há atenção para as origens asiáticas.

A Datagro, por exemplo, estimou na semana passada que a nova safra de cana-de-açúcar do Centro-Sul do Brasil deve saltar 6,9%, para 590 milhões de toneladas. As usinas devem destinar a maior parte da matéria-prima para a produção do adoçante.

MERCADO INTERNO

O mercado interno do açúcar tem trabalhado sem direcionamento claro, inclusive chega a cair em alguns momentos mesmo com a entressafra em andamento no país.

No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, foi negociado a R$ 133,34 a saca de 50 kg e alta de 1,42%.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 140,33 a saca e queda de 2,46%, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 22,15 c/lb e valorização de 0,05%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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