Açúcar: Após máximas de 6 anos, NY despenca nesta 4ª, mas se mantém acima de 21 cents/lb
O mercado futuro do açúcar fechou a sessão desta quarta-feira (1º) com queda expressiva nas bolsas de Nova York e Londres. A pressão acompanha um movimento de realização de lucros ante altas recentes, além de acompanhar o financeiro.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 1,79%, a 21,37 cents/lb, com máxima em 21,86 cents/lb, pico em seis anos, e mínima de 21,33 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve baixa de 2,32%, a US$ 559,80 a tonelada.
Os preços do adoçante têm pressão nesta quarta-feira, apesar de se manterem em 21 cents/lb, com pressão de um movimento de realização de lucros. Os preços dispararam nos últimos dias acompanhando as informações da Índia, segunda maior produtora global.
"Algumas das usinas da Índia, especialmente em Maharashtra, estão fechando mais cedo e continuam a ver o mercado preocupado com a oferta de curto prazo", disse Tobin Gorey, analista do Commonwealth Bank of Australia, em nota.
Além disso, o mercado acompanha as oscilações do petróleo. O Centro-Sul do Brasil tem a opção de produção de açúcar ou etanol, a depender do que estiver mais compensador, e o biocombustível é um substitutivo da gasolina, um derivado fóssil.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) mantiveram sua política de produção e o mercado aguarda ainda hoje a decisão sobre a taxa de juros dos Estados Unidos e dados sobre os estoques de petróleo e combustível no país.
O câmbio também contribuía para as perdas, com valorização do dólar sobre o real, o que tende a encorajar as exportações.
Por outro lado, as expectativas são bastante positivas para a safra 2023/24 do Centro-Sul do Brasil, o que deve elevar a produção do adoçante a partir de abril.
MERCADO INTERNO
As negociações no mercado spot são lentas e os preços caminham sem direcionamento definido. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, negociado a R$ 131,86 a saca de 50 kg e alta de 1,08%.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 139,25 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 23,01 c/lb e alta de 2,55%.