Superávit global de açúcar na safra 22/23 é elevado pela Datagro para 4,76 mi de t

Publicado em 29/12/2022 10:50
Excedentes em 2021/22 e 2022/23, somados, ainda não devem compensar o déficit de 9,43 mi de t registrado durante as safras 2019/20 e 2020/21

O superávit global de açúcar previsto na safra 2022/23 (outubro-setembro) foi novamente elevado pela consultoria Datagro para 4,76 milhões de toneladas, ante as 2,02 milhões de t previstas anteriormente, em números brutos, com suporte previsto da nova safra do Centro-Sul do Brasil. No ciclo anterior, o volume de superávit é apontado em 2,02 milhões de t.

O excedente global deve ocorrer mesmo com a tendência de aumento do consumo mundial, que deverá ser em torno de 1% em 2022/23, devido à guerra na Ucrânia e aos impactos da política de Covid-zero adotada pela China, sobre 1,5% de crescimento registrado em 2021/22.

A consultoria destaca ainda que os dois superávits em 2021/22 e 2022/23, somados, ainda não devem compensar o déficit de 9,43 milhões de toneladas registrado durante as safras 2019/20 e 2020/21.

"[Isso] significa que os estoques deverão apresentar uma modesta recuperação, de 42,3% do consumo anual em 2021/22 para 44,6% em 2022/23, mantendo-se bem abaixo da marca dos 47% entre 2017/18 e 2018/19, quando o preço do açúcar rondava a casa dos 10-11 centavos de dólar por libra peso em Nova York", diz.

A safra global deve ter suporte importante da produção oriunda do Centro-Sul do Brasil nos próximos ciclos, com estimativa de33,6 milhões de toneladas em 2022/23 e que deve saltar para 38 milhões de t no ciclo seguinte. Porém, ainda há algumas dúvidas que rondam o mercado, como a indefinição sobre a continuidade dos impostos federais sobre os combustíveis.

Além disso, também há atenção ao clima. "Ainda é cedo para presumir que a tela de março de 2023 (de cotações futuras) devolverá em breve os ganhos erguidos no final de 2022, mas já é possível supor que o balanço mundial de açúcar poderá também apresentar um maior superávit em 2023/24 (out/set) à luz da resposta dos produtores aos preços atuais, caso não haja surpresas nas condições climáticas", trouxe a consultoria em relatório.

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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