Apesar de disparada do petróleo, açúcar recua mais de 1% nesta 4ª em NY

Publicado em 26/10/2022 15:09
Maior moagem na última quinzena no Centro-Sul e estimativa para safra 23/24 repercutem

As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta quarta-feira (26) com queda expressiva nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado é pressionado pelo avanço da moagem no Centro-Sul do Brasil na última quinzena e expectativas com 2023/24.

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve queda de 1,38%, cotado a 17,86 cents/lb, com máxima de 18,11 cents/lb e mínima de 17,85 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato caiu 0,95% no dia, a US$ 519,30 a tonelada.

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) trouxe neste início de semana que a produção de açúcar nos primeiros 15 dias de outubro no Centro-Sul do país totalizou 1,83 milhão de toneladas, um salto de 59,10% ante o mesmo período do ano anterior.

O volume, porém, ficou abaixo da projeção da S&P Global Commodity Insights, de 1,95 milhão de toneladas, o tende a dar suporte aos preços.

Além disso, há expectativa positiva dos operadores com a produção na safra 2023/24, que começará apenas em abril do ano que vem.

A consultoria Datagro, por exemplo, prevê a produção do maior produtor do açúcar no mundo, o Brasil, pode crescer para 38,5 milhões de toneladas no próximo ciclo com melhores condições climáticas, ante as atuais 33,2 milhões de toneladas.

"... um superávit global agora parece certo com as preocupações sobre a demanda aumentando o mix", disse a agência de notícias Reuters.

O mercado também acompanha a Índia. A Associação Indiana de Usinas de Açúcar anunciou no início desta semana que prevê que a produção em 2022/23 aumentará 2%, para 36,5 milhões de toneladas, com alta de 5% na área cultivada de cana-de-açúcar.

A Índia é o segundo maior exportador de açúcar do mundo. Apesar disso, há atenção para um possível anúncio nos próximos dias pelo país de novas cotas de exportação.

O petróleo, por sua vez, subia forte nesta tarde nas bolsas externas após aumento das exportações dos Estados Unidos, e limitava as perdas do adoçante. Já o dólar tinha leve alta sobre o real, o que tende a encorajar as exportações.

MERCADO INTERNO

Os preços do açúcar têm acompanhado uma demanda mais aquecida nos últimos dias e uma oferta mais restrita. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve alta de 0,60%, negociado a R$ 128,60 a saca de 50 kg.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 144,29 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 19,60 c/lb e desvalorização de 0,11%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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