Açúcar despenca nas bolsas de NY e Londres na sessão desta 5ª feira
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta quinta-feira (20) com perdas expressivas nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado ainda é pressionado pelas boas perspectivas com a safra indiana, que começou neste mês. Por outro lado, há atenção ao financeiro.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve queda de 1,39%, cotado a 18,39 cents/lb, com máxima de 18,66 cents/lb e mínima de 18,36 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato caiu 2,02% no dia, a US$ 527,90 a tonelada.
Ainda repercute no mercado os dados da Índia. A Associação Indiana de Usinas de Açúcar anunciou no início desta semana que prevê que a produção de açúcar da Índia em 2022/23 aumentará 2%, para 36,5 milhões de toneladas neste ciclo que começa nesta mês.
"Os preços do açúcar estão sob pressão desde segunda-feira", destacou o Barchart.
A área de cana na Índia deve subir 5%. A Índia é o segundo maior exportador de açúcar do mundo. Apesar disso, há atenção para um possível anúncio nos próximos dias pelo país de novas cotas de exportação.
A Reuters também destacou no dia que os operadores disseram que a quantidade de açúcar refinado disponível em breve atenderá adequadamente à demanda.
Como fator de suporte aos preços do adoçante nesta quinta, o mercado acompanhou o dia do petróleo. Além disso, o petróleo cai mais de 1% sobre o real, o que tende a desencorajar as exportações das commodities e teoricamente daria suporte.
As chuvas dos últimos dias seguem impactando a colheita de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil, o que daria um suporte, apesar de algum benefício aos canaviais da safra 2023/24, que começará a ser moída apenas em abril do ano que vem no país.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar voltaram a subir no mercado brasileiro e se consolidam em cerca de R$ 127 a saca de 50 kg. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve alta de 0,46%, negociado a R$ 127,69 a saca de 50 kg.
Segundo pesquisadores do Cepea, a demanda tem se mostrado mais aquecida para os tipos do cristal Icumsa até 180, ao mesmo tempo em que usinas seguem firmes quanto aos preços. "A menor produção de adoçante na região Centro-Sul brasileira na atual temporada (2022/23) também influencia os valores", disse o centro em nota.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 140,50 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 19,89 c/lb e desvalorização de 1,34%.