Açúcar: Produção recua no Centro-Sul e dá suporte para NY e Londres nesta 3ª

Publicado em 11/10/2022 15:24
No financeiro, recuo de mais de 1% do petróleo e o câmbio limitavam altas do adoçante

Os futuros do açúcar encerraram esta terça-feira (11) com alta moderada nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado oscilou dos dois lados da tabela, mas a alta prevaleceu após dados de produção do Centro-Sul do Brasil no final de setembro.

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve alta de 0,70%, cotado a 18,74 cents/lb, com máxima de 18,75 cents/lb e mínima de 18,35 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato subiu 0,47% no dia, a US$ 558,00 a tonelada.

O mercado do açúcar recuava durante a maior parte da manhã desta terça-feira acompanhando o financeiro, com perdas de mais de 1% do petróleo, além de alta do dólar sobre o real, o que tende a encorajar as exportações da commodity.

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bionergia (Unica), porém, trouxe no final da manhã a atualização dos dados de moagem e produção de açúcar e etanol referente à segunda quinzena de setembro e mexeu com o mercado do adoçante.

A produção de açúcar na segunda metade de setembro totalizou 1,70 milhão de toneladas (-27,32%). A moagem também caiu como consequência dos altos níveis pluviométricos nas regiões produtoras da cultura, segundo a Unica. O volume, inclusive, veio abaixo das expectativas do mercado.

No acumulado desde o início da safra 2022/2023, a fabricação do adoçante totaliza 26,33 milhões de toneladas, frente às 29,23 milhões de toneladas do ciclo anterior (-9,9%).

"O clima seco está de volta na maior parte da região Centro-Sul, permitindo que as usinas retomem o processamento da safra, enquanto os investidores estão apostando que as usinas indianas provavelmente aproveitarão os preços mais altos para exportar", disse a Reuters.

Por outro lado, a Índia fechou a safra 2021/22 com produção do adoçante de 39,4 milhões de toneladas de açúcar, um aumento de cerca de 17% ante 2020/21, segundo o Ministério do Consumidor, Alimentação e Distribuição Pública.

No caso do branco, operadores notaram que os fortes preços do tipo na União Europeia estavam ajudando a sustentar o mercado. A Comissão Europeia divulgou nesta semana que a produção de açúcar da União Europeia deve cair 6,9% na temporada 2022/23 com seca, para 15,5 milhões de toneladas.

MERCADO INTERNO

Os preços do açúcar voltaram a subir no mercado brasileiro. Segundo pesquisadores do Cepea, a oferta está restrita, devido às chuvas, que limitam a produção e a qualidade. Do lado comprador, a demanda esteve um pouco mais aquecida, outro fator que contribuiu para a sustentação dos preços domésticos.

No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, com alta de 0,10%, negociado a R$ 125,68 a saca de 50 kg.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 141,88 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 20,28 c/lb e valorização de 2,26%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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