Funeral de Elizabeth II fecha Londres, mas açúcar em NY cai mais de 1% nesta 2ª feira

Publicado em 19/09/2022 14:52
Produção do adoçante da safra 2022/23 do Centro-Sul do Brasil saltou forte no final de agosto

As cotações futuras do açúcar caíram forte na Bolsa de Nova York nesta segunda-feira (19), apesar de Londres não ter negociação por conta do feriado com o Funeral da Rainha Elizabeth II. O mercado acompanhou a queda do petróleo na maior parte do dia, além do Brasil.

As informações sobre o avanço da safra 2022/23 do Centro-Sul do país no final de agosto ainda repercutem.

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve queda de 1,08%, cotado a 17,37 cents/lb, com máxima de 17,56 cents/lb e mínima de 17,19 cents/lb. O mercado do adoçante estende as perdas da semana passada, que acumularam 4,30% em cinco dias.

O mercado do petróleo tinha perdas expressivas mais cedo e contribuía para o recuo do adoçante.

Um petróleo mais barato tende a impactar nos preços dos combustíveis de origem fóssil, o que também influencia nos preços dos biocombustíveis. No Brasil, as usinas produzem açúcar e também há a opção do etanol, um substitutivo da gasolina.

Nos fundamentos, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) trouxe no início da semana passada uma produção de açúcar mais forte do que o esperado no Centro-Sul do Brasil no final do mês de agosto, elevando a oferta do adoçante no mercado.

"Ao contrário do que foi observado na primeira quinzena de agosto, o clima mais seco na segunda metade do mês possibilitou o avanço da colheita que, somada à maior produtividade agrícola, ocasionou um aumento da matéria-prima processada no período", afirma o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

Já a Índia está pronta para permitir a exportação de 5 milhões de toneladas de açúcar na primeira tranche para o novo ano de comercialização a partir de outubro.

Apesar de não operar nesta segunda-feira em decorrência do Funeral da Rainha Elizabeth II, o mercado do açúcar branco tem oscilado forte nos últimos dias. Na semana passada, os preços chegaram a testar máximas de 10 anos, mas depois recuaram em ajustes.

"Os estoques de branco se esgotaram em alguns dos principais países importadores, enquanto as exportações indianas permanecem baixas, com os comerciantes preocupados com o fato de os preços domésticos na Índia estarem acima dos preços do mercado global", disse a Reuters.

MERCADO INTERNO

Os preços do açúcar já estão abaixo de R$ 125 a saca no mercado brasileiro. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, com queda de 0,28%, negociado a R$ 123,90 a saca de 50 kg.

"A queda de preços ainda estava ligada à menor demanda, uma vez que os compradores relataram ter estoques suficientes", disse o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 151,05 a saca e alta de 0,01%, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 18,99 c/lb e queda de 1,62%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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