Na 1ª quinzena de julho, produção e moagem avançam em relação à safra 2021/2022
A moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de julho na região Centro-Sul atingiu 46,35 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 0,48% em relação à quantidade registrada em igual período do ano passado, quando 46,12 milhões de toneladas foram processadas. No acumulado da safra, a moagem totalizou 233,96 milhões de toneladas ante 258,54 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2021 – queda de 9,51%. Até o dia 16 de julho, 255 unidades operaram frente a 259 unidades no mesmo período do ciclo 2021/2022.
Informações divulgadas pelo Centro de Tecnologia Canavieira indicam que foram colhidas 77,5 toneladas por hectare em junho de 2022, o que representa uma redução de 0,5% no rendimento agrícola da lavoura na comparação com o mesmo período na safra 2021/2022 (77,9 toneladas por hectare).
O diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, destaca que “após seis quinzenas de moagem inferior à observada na safra passada, na 1ª quinzena de julho observa-se uma equiparação da quantidade de cana processada. No entanto, o indicador acumulado da produtividade agrícola ainda mostra uma retração de cerca de 1%. Assumindo que essa diferença diminua nas próximas quinzenas, para que haja plena recuperação da moagem e, ainda, um incremento em relação ao ciclo agrícola anterior, será necessário um alongamento do período de safra por parte das unidades produtoras”.
A qualidade da matéria-prima colhida na primeira metade de julho, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou redução de 0,31% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, registrando 143,19 kg de ATR por tonelada colhida. No acumulado da safra, o indicador segue com uma queda de 3,33% marcando 130,45 kg de ATR por tonelada.
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na primeira quinzena de julho totalizou 2,98 milhões de toneladas (-0,12%). No acumulado desde o início da safra 2022/2023, a fabricação do adoçante totaliza 12,66 milhões de toneladas, frente às 15,32 milhões de toneladas do ciclo anterior (-17,38%).
Nos primeiros quinze dias de julho, 2,23 bilhões de litros (+2,23%) de etanol foram fabricados. Do volume total produzido, o hidratado alcançou 1,28 bilhão de litros (-0,66%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 946,24 milhões de litros (+6,44%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação de álcool atingiu 11,25 bilhões de litros (-5,44%), dos quais 7,08 bilhões consistem em etanol hidratado (-6,63%) e 4,17 bilhões em anidro (-3,34%).
Do total de biocombustível fabricado, a produção a partir do milho na primeira quinzena de julho registrou 172,66 milhões de litros, contra 131,97 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2021/2022 – avanço de 30,83%. No acumulado desde o início da safra, a produção a atingiu 1,13 bilhão de litros - avanço de 32,89% na comparação com igual período do ano passado.
O executivo da Unica comenta que “além da moagem, a produção total dos produtos da cana, mensurada em ATR, também registrou um avanço de 0,17%. No entanto, com a contribuição dos produtores de etanol de milho foi possível viabilizar um avanço de 2,23% na produção de etanol total, mais de quatro vezes o aumento da moagem nessa quinzena”.
Vendas de etanol
Nos primeiros quinze dias do mês de julho, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 1,22 bilhão de litros de etanol, o que representa um avanço de 0,58% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022.
No mercado interno, o volume de etanol hidratado comercializado foi de 734,79 milhões de litros, que representa um aumento de 0,80% em relação ao ano anterior. As vendas domésticas de etanol anidro, por sua vez, totalizaram 462,69 milhões de litros no mês, volume 1,20% inferior ao observado na primeira quinzena de julho de 2021. No acumulado da safra, foram comercializados 4,84 bilhões de litros de hidratado domesticamente (-5,82%) e 2,88 bilhões de litros de etanol anidro (+2,84%).
Desde o início da safra 2022/2023, as vendas globais (mercado interno e exportação) das unidades produtoras totalizam 8,25 bilhões de litros de etanol, o que representa uma queda de 1,51% em relação ao mesmo período da safra anterior. Desse volume, as vendas de etanol hidratado totalizaram 5,05 bilhões de litros (-6,83%); já as de anidro, 3,20 bilhões de litros (+8,25%).
Mercado de CBios
Dados da B3 mostram que, até o dia 22 de julho, a parte obrigada do programa RenovaBio já havia adquirido cerca de 24,96 milhões de créditos de descarbonização[1]. Esse volume representa 68% da meta de aquisição total para o ano corrente.
O diretor da Unica explica que “a emissão de CBios lastreado pela venda de etanol deve seguir em ascendência no segundo semestre, acompanhando a recuperação da participação do etanol hidratado na demanda de Ciclo Otto. O ano de 2022 deve terminar com um estoque de créditos ativos superior a 7 milhões, o que significa uma oferta superior à necessária para que as metas sejam plenamente atendidas”.
[1] Esse valor considera o estoque de passagem da parte obrigada somada com os créditos adquiridos, estejam eles ativos ou aposentados.