Açúcar bruto recua na Bolsa de NY nesta 6ª feira e acumula perda semanal

Publicado em 03/06/2022 15:04
Informações sobre a safra brasileira do Centro-Sul e dados da Índia impactaram cotações

O mercado futuro do açúcar encerrou a sessão desta sexta-feira (03) com queda leve na Bolsa de Nova York, apesar de oscilação dos dois lados da tabela durante o dia. O mercado foi pressionado pelas informações da nova safra brasileira e indiana.

O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 0,31%, cotado a 19,29 cents/lb, com máxima de 19,42 cents/lb e mínima de 19,25 cents/lb. Londres não funcionou nesta reta final de semana devido ao Jubileu da Rainha da Inglaterra.

Na semana, o primeiro vencimento do adoçante acumulou queda de 0,57%.

O acompanhamento das origens está no radar. A safra 2022/23 do Centro-Sul do Brasil está avançando, elevando a oferta disponível do adoçante do principal produtor global, apesar de os trabalhos de colheita e moagem ainda estarem aquém de outros anos.

"O Brasil está colhendo sua safra de cana-de-açúcar e transformando a maior parte em etanol [o que pode dar suporte ao açúcar]", disse em relatório o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.

Aqui no Brasil, como fator de suporte, também há muita atenção para a qualidade da safra. "Os lotes de cana-de-açúcar da nova temporada 2022/23 têm apresentado baixo teor de sacarose, resultando em menor produção de açúcar", disse em nota o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).

"A Tailândia ainda está exportando. A Índia disse que poderia ter mais de 6 milhões de toneladas em estoques finais devido à mudança, mas tem estado muito quente e muito seco lá, então a produção para a próxima safra pode ser muito menor", complementou.

Ainda assim, as chuvas de monções devem ser acompanhadas no país asiático, segundo analistas.

Na Índia, segundo maior produtor global do adoçante, as usinas de açúcar devem produzir um recorde de 35,2 milhões de toneladas na temporada atual que vai até setembro de 2022. Apesar disso, o governo estabeleceu uma limitação para as exportações do país.

"Até a restrição para registrar cargas conosco em 1º de junho, as usinas exportaram cerca de 8,5 milhões de toneladas de açúcar", disse à Reuters ontem (02) um funcionário do governo que não quis ser identificado porque não estava autorizado a falar com a mídia.

No financeiro, por outro lado, o mercado do adoçante sentiu algum suporte com desvalorização do dólar sobre o real neste final de tarde, o que desencoraja as exportações. Além disso, o petróleo tinha alta forte em meio temores de oferta apertada.

"A Opep+ provavelmente fornecerá consideravelmente menos petróleo ao mercado do que o acordado e, portanto, não trará o alívio que se esperava", disse à Reuters nesta sexta-feira Carsten Fritsch, analista do Commerzbank.

MERCADO INTERNO

Apesar de algumas altas pontuais, a tendência de preço no mercado do açúcar tem sido baixista, com maior disponibilização de oferta com o avanço da safra 2022/23 no Centro-Sul do Brasil.

No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, caiu 1,60%, negociado a R$ 128,55 a saca de 50 kg.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 153,02 a saca - estável, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 20,47 c/lb e queda de 0,53%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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