Açúcar recua acompanhando safra do BR e virada do petróleo nesta 3ª feira
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta terça-feira (31) com queda nas bolsas de Nova York e Londres, após oscilarem dos dois lados da tabela durante o dia. A atenção maior é para o avanço da safra brasileira e petróleo.
Fatores altistas também seguem sendo monitorados pelos operadores.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 1,07%, cotado a 19,40 cents/lb, com máxima de 19,92 cents/lb e mínima de 19,33 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato recuou 0,42%, a US$ 572,30 a tonelada.
O mercado do açúcar no terminal norte-americano retomou os trabalhos nesta terça, após feriado Memorial Day, com valorização pela manhã. O avanço da safra do Centro-Sul do Brasil, porém, passou a impactar negativamente nas negociações.
Ainda assim, os trabalhos estão mais lentos do em outros anos.
Apesar do avanço dos trabalhos, a qualidade também é monitorada. "Os lotes de cana-de-açúcar da nova temporada 2022/23 têm apresentado baixo teor de sacarose, resultando em menor produção de açúcar", disse o Cepea em nota.
"Alguns amigos relataram que a cana em partes do CS do Brasil parece um pouco ruim – possivelmente devido ao clima excepcionalmente seco desde o final da estação chuvosa", complementou a Marex em relatório.
Também há atenção altista para uma maior destinação de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil para a produção de etanol ao invés do adoçante, justamente pelo cenário favorável no setor de energia, o que limitaria a oferta.
O mercado também sentiu algum peso técnico, sem forças para retomar os 20 cents/lb.
No financeiro, o dia foi de oscilações dos dois lados da tabela para o petróleo. Mais cedo, os preços dispararam depois de um posicionamento da União Europeia de não importar boa parcela do petróleo russo, mas o mercado virou no fim do dia.
O dólar caía sobre o real, o que tende a desencorajar as exportações das commodities, mas pesa sobre os preços externos.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar passaram a subir em alguns momentos no mercado brasileiro. De um lado, há peso com a maior oferta disponível com a safra 2022/23. Porém, há limitação com postura mais firme das usinas paulistas.
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, subiu 0,51%, negociado a R$ 130,68 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 153,02 a saca - estável, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 20,75 c/lb e alta de 0,35%.