Safra de cana começa com qualidade e produtividade inferiores a anterior, mas perspectiva é favorável, diz CTC
Qualidade da cana 4% inferior e produtividade 1,3% menor do que na safra 2021/2022. Esta é a foto de abril dos canaviais do Centro-Sul, segundo mostra o Boletim “De Olho na Safra”, elaborado pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e divulgado hoje.
Os dados indicam ATR (Açúcar Total Recuperável) de 114,2 na atual safra contra 118,9 em 2021/022. A produtividade agrícola caiu de 72.5 toneladas de cana por hectare, em 2021/22, para 71,6 nesta safra.
Os destaques negativos em produtividade ocorrem principalmente no Paraná e em Mato Grosso do Sul. Os canaviais paranaenses foram muito afetados pelas geadas do ano passado e pela seca que castigou a região entre novembro de 2021 e janeiro último. Além disso, foi observado um perfil de colheita de um canavial mais velho na região em abril de 2022 do que quando se compara com o mesmo período da safra passada. Em Mato Grosso do Sul a geada é provavelmente o fator que mais impactou na produtividade.
Já a região de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, que registrou a maior quebra na safra passada, começou a temporada 2022/2023 com indicadores em alta, como resultado de chuvas acima da média observadas na primavera e verão de 2022.
O canavial colhido durante o mês de abril é mais jovem do que aquele colhido em 2021, contribuindo positivamente para o ganho de produtividade. O Boletim “De Olho na Safra” é elaborado com base nos dados do benchmarking agronômico do CTC.
Recuperação
Para os técnicos do CTC, porém, a perspectiva da safra 2022/2023 é positiva. As chuvas observadas nos últimos meses – fundamentais para a formação dos canaviais que serão colhidos no decorrer de 2022 – foram bastante superiores aos volumes que ocorreram na safra passada.
Se o clima continuar colaborando é possível esperar uma recuperação dos canaviais, com a safra fechando com produtividade entre 5% e 10% superior à anterior.