Açúcar sobe mais de 1,5% em NY nesta 5ª com suporte do petróleo e safra do BR

Publicado em 28/04/2022 17:04
Produção do adoçante na 1ª quinzena de abril totalizou 126,63 mil t (-79,99%), diz Unica

Os contratos futuros do açúcar subiram forte nesta quinta-feira (28) nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado teve suporte do petróleo no dia, que saltou cerca de 3%, além do início de safra aquém do esperado no Centro-Sul do Brasil.

O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York saltou 1,75%, cotado a 19,23 cents/lb, com máxima de 19,29 cents/lb e mínima de 18,75 cents/lb. Em Londres, o primeiro vencimento saltou 0,76%, negociado a US$ 527,50 a tonelada.

O petróleo teve uma disparada nesta tarde de quinta-feira após relatos de que a Alemanha não se opõe mais a um embargo ao petróleo russo, o que poderia apertar ainda mais a oferta. O mix das usinas depende muito das oscilações do óleo.

"O petróleo do mundo livre ficará mais caro, e o petróleo da Cortina de Ferro cairá ainda mais em valor e terá mais descontos", disse para a agência de notícias Reuters John Kilduff, sócio da Again Capital LLC em Nova York.

Ainda no financeiro, o dólar registrou queda no dia sobre o real, o que tende a dar suporte aos preços das commodities e impactar as exportações.

Além disso, há o acompanhamento das informações sobre o início de safra no Brasil. A moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de abril foi de 5,19 milhões de toneladas frente a 16,67 milhões da safra 2021/2022 (-66,87%).

Já a produção de açúcar e etanol, em linha com a diminuição de moagem, totalizou 126,63 mil toneladas (-79,99%) e 397,53 milhões de litros (-45,96%) no período, respectivamente. Os números confirmam o atraso da moagem na nova temporada.

Na véspera, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) trouxe o primeiro levantamento da safra 2022/23 de cana, com moagem no Brasil de 596,1 milhões de toneladas, um aumento de 1,9%. O mercado esperava números maiores.

O país, no entanto, deverá produzir 40,2 milhões de toneladas de açúcar nesta safra, incremento de 14,9% em comparação com o ciclo anterior.

Também segue atenção para outras origens. A safra indiana 2021/22 deverá ser expressiva, mas já pairam temores no mercado sobre uma queda no ciclo 2022/23, que começará no segundo semestre. Os Estados Unidos também devem ter queda.

"Um aumento das ofertas da Índia e da Tailândia é esperado se o mercado continuar em alta. O Paquistão também está aumentando suas ofertas devido às boas colheitas lá", disse o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.

MERCADO INTERNO

O avanço da nova safra brasileira tem contribuído para queda nos preços do açúcar no spot. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, caiu 0,13%, negociado a R$ 136,94 a saca de 50 kg.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 151,58 a saca - estável, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 20,13 c/lb com alta de 0,16%.

» Clique e veja as cotações completas de sucroenergético

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Período de baixas: Safra brasileira e chuvas na Índia intensificam baixas do açúcar no mercado internaiconal
Açúcar: Mercado se mantém no negativo e NY se distancia de 20 cents/lbp
Açúcar amplia baixas com mercado monitorando demanda
CNA debate propostas do setor sucroenergético em tramitação no Legislativo
Açúcar/Cepea: Preços sobem mesmo com baixa liquidez
Etanol/Cepea: Demanda retraída interrompe altas; anidro recua