Açúcar recua mais de 1,5% em NY e Londres nesta 2ª com petróleo e safra da Índia

Publicado em 25/04/2022 16:24
No Brasil, mercado do adoçante acompanha início atrasado de safra na região Centro-Sul

As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta segunda-feira (25) com perdas expressivas nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado do adoçante foi pressionado pelo petróleo, além de informações positivas sobre as origens.

O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 1,72%, cotado a 18,88 cents/lb, com máxima de 19,12 cents/lb e mínima de 18,81 cents/lb. Em Londres, o primeiro vencimento caiu 1,77%, negociado a US$ 521,10 a tonelada.

O mercado do açúcar sentiu forte pressão do petróleo na sessão desta segunda-feira, com o óleo chegando a recuar mais de 5% em parte do dia. A demanda pelo petróleo continua no radar dos investidores em meio novos isolamentos pela Covid-19 na China.

O óleo mais baixo pode incentivar as usinas a venderem mais açúcar e não etanol. Além disso, o mercado repercutiu o avanço expressivo do dólar sobre o real, o que tende a desencorajar as exportações das commodities, mas pesa sobre os preços.

"Negociantes disseram que um real mais fraco e preços mais baixos do petróleo significam que o mix açúcar/etanol no Brasil provavelmente não mudará muito em relação à temporada passada, ajudando a garantir suprimentos", disse a Reuters.

Além disso, o mercado segue atento para as principais origens produtoras do adoçante. De um lado, a safra 2021/22 da Índia tem apresentado bons resultados, mas há limitação com a safra brasileira.

As usinas indianas assinaram contratos para exportar até 8 milhões de toneladas de açúcar em 2021/22 sem subsídios do governo, segundo a Associação Indiana de Usinas de Açúcar (ISMA, na sigla em inglês). Apesar disso, a safra 2022/23 deve ser menor.

Para embarques nesse patamar, o país espera produzir neste ciclo 32,9 milhões de t, sobre 29,2 milhões de t no ano passado. A Índia fica apenas atrás do Brasil na produção e exportação do adoçante.

Como limitação das perdas, a fabricante de refrigerantes Coca-Cola, grande consumidora de açúcar do mundo, superou as expectativas de receita trimestral graças aos preços mais altos de venda e à recuperação da demanda.

MERCADO INTERNO

Os preços do açúcar seguem oscilando ao redor de R$ 140 a saca em meio baixa oferta no mercado. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou estável, negociado a R$ 139,57 a saca de 50 kg.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 151,58 a saca e queda de 0,65%, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 20,36 c/lb com baixa de 3,12%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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