Petróleo cai mais de 5% e pesa sobre preços do açúcar em NY e Londres nesta 3ª

Publicado em 19/04/2022 17:26 e atualizado em 20/04/2022 08:12
Informações positivas sobre a safra indiana também pesam sobre os preços, apesar de atraso na moagem do Brasil

Os contratos futuros do açúcar tiveram perdas de mais de 2% nas bolsas de Nova York e Londres nesta terça-feira (19). O mercado sentiu forte pressão do petróleo em meio aos temores sobre o crescimento global, além de atenção para as origens.

O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 2,62%, cotado a 19,67 cents/lb, com máxima de 20,15 cents/lb e mínima de 19,64 cents/lb. Em Londres, o primeiro vencimento caiu 2,13%, negociado a US$ 538,00 a tonelada.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou suas previsões de crescimento econômico global e alertou para uma inflação mais alta nesta terça-feira.

A perspectiva aumentou a pressão sobre os preços do dólar negociado em uma alta de dois anos. Um dólar mais firme torna as commodities cotadas em dólares mais caras para os detentores de outras moedas, o que pode diminuir a demanda.

As oscilações do óleo são essenciais para a decisão do mix das usinas.

Também repercute a informação de que as usinas indianas assinaram contratos para exportar até 8 milhões de toneladas de açúcar em 2021/22 sem subsídios do governo, segundo a Associação Indiana de Usinas de Açúcar (ISMA, na sigla em inglês).

Para embarques nesse patamar, o país espera produzir neste ciclo 32,9 milhões de t, sobre 29,2 milhões de t no ano passado. A Índia fica apenas atrás do Brasil na produção e exportação do adoçante.

Já a safra brasileira segue no radar positivamente. A temporada do Centro-Sul do Brasil está atrasada ante a anterior, segundo fontes do setor. A esperança é que a cana ganhe mais tempo para recuperar o desenvolvimento fisiológico.

"Já tem informações de início de safra, mas com uma produtividade baixíssima, e uma qualidade da matéria-prima também baixíssima. A cana vegetou e não concentrou o teor de sacarose", disse Antônio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da Unica.

MERCADO INTERNO

Os preços do açúcar no mercado brasileiro continuam acima de R$ 140 a saca em meio baixa oferta. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, subiu 0,70%, negociado a R$ 142,48 a saca de 50 kg.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 152,56 a saca e alta de 0,13%, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 21,42 c/lb com alta de 0,98%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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