Açúcar recua mais de 2% em NY e Londres nesta 3ª com pressão do petróleo

Publicado em 29/03/2022 15:13
Progresso nas negociações entre a Rússia e Ucrânia para encerrar guerra e Covid-19 na China pesam sobre óleo

Os contratos futuros do açúcar encerraram esta terça-feira (29) com perdas expressivas nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado sentiu pressão do petróleo em meio sinais de progresso nas negociações entre a Rússia e Ucrânia e ajustes técnicos.

O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 2,45%, cotado a US$ 19,11 c/lb, com máxima de 19,60 c/lb e mínima de 18,84 c/lb. Em Londres, o primeiro vencimento caiu 2,52%, negociado a US$ 540,80 a tonelada.

A queda expressiva do petróleo nesta terça-feira voltou a respingar sobre o açúcar nas bolsas externas. Durante o dia, negociadores de Rússia e Ucrânia realizaram uma nova rodada de negociações para colocar fim na guerra de semanas.

A Rússia prometeu reduzir drasticamente suas operações militares e a Ucrânia propôs um status neutro com garantias de segurança internacional, segundo a agência de notícias Reuters.

Além disso, há temores com a alta no número de casos da Covid-19 na China, o que fez com que o governo anunciasse novos isolamentos. Esse cenário deve reduzir a demanda por combustíveis no maior importador global de petróleo.

"Os preços do petróleo estão novamente sob pressão devido às expectativas das negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia, o que pode levar a um afrouxamento das sanções", disse à Reuters Hiroyuki Kikukawa, gerente geral de pesquisa da Nissan Securities.

O petróleo é importante para o mercado porque as usinas tem a opção de produção de açúcar ou etanol, com base no que for mais rentável. A troca na presidência da Petrobras também é acompanhada atentamente pelo mercado.

"Provavelmente o (novo presidente da Petrobas) tentará manter os preços dos combustíveis congelados ou baixá-los", disse um negociante para a Reuters, acrescentando que a medida também pesaria nos preços do açúcar.

O mercado do açúcar também sentia pressão de um movimento de realização de lucros ante altas recentes. Além disso, seguem as estimativas positivas para a nova safra do Centro-Sul do Brasil, que começa em abril. As origens asiáticas também têm boa produtividade.

Segundo a Reuters, a Índia pode colocar um limite de 8 milhões de toneladas para o ano até o final de setembro. Até o momento, há informações de as usinas já fixaram exportação de cerca de 7 milhões de t do adoçante.

MERCADO INTERNO

O patamar de R$ 140 a saca de açúcar cristal foi renvoado no país em meio reaquecimento da demanda. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou estável, negociado a R$ 140,00 a saca de 50 kg.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 153,38 a saca com alta de 2,04%, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 20,75 c/lb com queda de 0,10%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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