Petróleo, câmbio e ajustes pressionam açúcar nesta 2ª feira em NY e Londres
Os contratos futuros do açúcar encerraram a sessão desta segunda-feira (28) com baixa nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado do adoçante foi pressionado no dia pelo petróleo e câmbio, além de um movimento de realização de lucros.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 0,10%, cotado a US$ 19,59 c/lb, com máxima de 19,64 c/lb e mínima de 19,37 c/lb. Em Londres, o primeiro vencimento caiu 1,40%, negociado a US$ 554,80 a tonelada.
Os futuros do petróleo tinham queda de cerca de 6% nesta tarde de segunda-feira diante de preocupações com a demanda por combustíveis com isolamentos na China, principal importadora de óleo do mundo, com aumento dos casos de Covid-19.
O petróleo é importante para o mercado porque as usinas têm a opção de produção de açúcar ou etanol.
Ainda no financeiro, o dólar subia sobre o real nesta tarde, após várias sessões em queda. A moeda estrangeira mais valorizada tende a encorajar as exportações das commodities, mas pesa sobre os preços externos das commodities.
A pressão no açúcar também acompanhou um movimento de realização de lucros. O açúcar do tipo branco atingiu máximas de cinco anos na última sessão depois que a Índia, segundo maior exportador global, anunciou restrição de embarques.
Segundo a agência de notícias Reuters, o país pode colocar um limite de 8 milhões de toneladas para o ano até o final de setembro. Até o momento, há informações de as usinas já fixaram exportação de cerca de 7 milhões de t do adoçante.
Apesar da queda no dia, na visão da analista da hEDGEpoint Global Markets, Lívea Coda, a tendência para os preços do açúcar ainda é de alta olhando o financeiro, principalmente o petróleo, sem resolução da guerra entre Rússia e Ucrânia.
"Talvez a gente consiga chegar no preço de US$ 20 c/lb por conta do conflito internacional, mas ele não é tão motivado pelo lado de fundamentos. Então, ele poderia não se sustentar por muito tempo", disse Lívea.
MERCADO INTERNO
O indicador do açúcar retomou os R$ 140 a saca com reaquecimento da demanda, apesar de proximidade da nova safra. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve alta de 0,45%, negociado a R$ 140,00 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 153,38 a saca com alta de 2,04%, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 20,75 c/lb com alta de 1,79%.