Açúcar avança quase 2% em NY nesta 6ª e fica acima de US$ 19,50 c/lb
As cotações futuras do açúcar encerraram esta sexta-feira (25) com alta expressiva nas bolsas de Nova York e Londres, que contribuíram para balanço positivo no acumulado semanal. O suporte veio do câmbio no dia e posicionamento indiano, apesar de fatores negativos.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York subiu 1,82%, cotado a US$ 19,61 c/lb, com máxima de 19,65 c/lb e mínima de 19,21 c/lb. Em Londres, o primeiro vencimento saltou 2,20%, negociado a US$ 562,70 a tonelada. Na semana, o primeiro vencimento em Nova York saltou 1,71%.
Durante toda esta sexta o dólar recuou sobre o real pelo 8º dia consecutivo, oscilando em cerca de R$ 4,70, e deu suporte ao açúcar. A moeda mais desvalorizada ante o real tende a desencorajar as exportações, reduzindo os retornos em termos de moeda local.
Uma combinação de fatores tem impactado o câmbio: Selic, commodities valorizadas, B3 e saída de investimentos da Rússia e leste europeu rumo a mercados emergentes.
Além do suporte do câmbio, o açúcar do tipo branco atingiu máximas de cinco anos nesta sexta também acompanhando informações sobre o a Índia. O segundo maior exportador global do adoçante pode limitar suas exportações no atual ano comercial.
Segundo a agência de notícias Reuters, o país pode colocar um limite de 8 milhões de toneladas para o ano até o final de setembro. Até o momento, há informações de as usinas já fixaram exportação de cerca de 7 milhões de t do adoçante.
Limitando os ganhos do açúcar, houve recuo do petróleo em parte do dia com a Europa adiando a proibição de importações de petróleo da Rússia. Além disso, o otimismo com a safra nas origens contribui para a limitação da alta.
Apesar, a tendência para os preços do açúcar ainda é de alta olhando o financeiro, principalmente o petróleo, sem resolução da guerra entre Rússia e Ucrânia, segundo Lívea Coda, analista da hEDGEpoint Global Markets, Lívea Coda.
"Talvez a gente consiga chegar no preço de US$ 20 c/lb por conta do conflito internacional, mas ele não é tão motivado pelo lado de fundamentos. Então, ele poderia não se sustentar por muito tempo", disse Lívea.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar estão próximos dos R$ 140 a saca, mas ainda recuam em dias pontuais. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve alta de 0,06%, negociado a R$ 139,37 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 150,32 a saca - estável, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 20,38 c/lb com alta de 0,10%.