Dólar em R$ 4,80 dá suporte para alta do açúcar em NY e Londres nesta 5ª
Os contratos futuros do açúcar encerraram a sessão desta quinta-feira (24) com alta leve nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado repercutiu novo dia desvalorização do dólar, apesar de queda expressiva do petróleo e atenção às origens.
O açúcar atingiu na máxima do dia pico de duas semanas.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York subiu 0,10%, cotado a US$ 19,26 c/lb, com máxima de 19,50 c/lb e mínima de 19,20 c/lb. Em Londres, o primeiro vencimento saltou 0,40%, negociado a US$ 550,60 a tonelada.
Pelo segundo dia seguido, o mercado do açúcar ficou no positivo. Hoje, o suporte veio do câmbio, com o dólar em cerca de R$ 4,80 com uma combinação de fatores: Selic, commodities valorizadas, B3 vantajosa e saída de investimentos da Rússia e leste europeu rumo a mercados emergentes.
"Um real forte desencoraja os comerciantes no Brasil de exportar açúcar em dólar, reduzindo os retornos em termos de moeda local", destacou no dia a agência de notícias Reuters.
A tendência para os preços do açúcar ainda é de alta olhando o financeiro, principalmente o petróleo, sem resolução da guerra entre Rússia e Ucrânia, segundo Lívea Coda, analista da hEDGEpoint Global Markets, Lívea Coda.
Por outro lado, há fundamentos negativos aos preços com safra do Centro-Sul do Brasil e da Ásia. A Tailândia deve ter a maior safra dos últimos três anos e para 2022/23 espera resultados ainda melhores.
"Talvez a gente consiga chegar no preço de US$ 20 c/lb por conta do conflito internacional, mas ele não é tão motivado pelo lado de fundamentos. Então, ele poderia não se sustentar por muito tempo", disse Lívea em entrevista ao Notícias Agrícolas.
O mercado do petróleo tinha nesta tarde perdas de cerca de 3%, o que limitou os ganhos do adoçante.
"Os preços mais altos do petróleo beneficiam o etanol e podem levar as usinas de açúcar do Brasil a desviar mais da moagem de cana para a produção de etanol em vez de açúcar, reduzindo assim a oferta", disse o Barchart.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar trabalham próximos da casa R$ 140 a saca no mercado brasileiro. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve queda de 0,05%, negociado a R$ 139,29 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 150,32 a saca - estável, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 20,36 c/lb com alta de 0,46%.