Açúcar: Altas de 5% do petróleo dão suporte para NY e Londres nesta 4ª
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta quarta-feira (23) com alta moderada nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado teve suporte da alta de cerca de 5% do petróleo, câmbio, além de ajuste de posições ante a queda na véspera.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York subiu 0,47%, cotado a US$ 19,24 c/lb, com máxima de 19,37 c/lb e mínima de 19,03 c/lb. No terminal de Londres, o primeiro vencimento do adoçante saltou 0,29%, negociado a US$ 548,40 a tonelada.
O mercado do açúcar acompanhou durante todo o dia as altas do petróleo no cenário internacional, que chegaram a ser de cerca de 5% no final da tarde. O óleo acompanha temores de novas sanções para a Rússia por conta da guerra com a Ucrânia, além de impacto em um oleoduto.
Uma reunião entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e líderes europeus deve acontecer nesta quinta-feira.
"Logo chegam as exportações russas em abril e vemos cargas canceladas e problemas para a Rússia encontrar compradores. Índia e China comprarão, mas isso não será suficiente para evitar o declínio", disse à Reuters Bjarne Schieldrop, analista do SEB.
As oscilações do óleo são importantes para o mercado de açúcar e etanol porque ajudam as unidades na definição do mix na safra.
“Os gráficos diários mostram tendências de preços em alta para ambos os mercados. As notícias indicam que está ocorrendo pouca atividade de exportação da Ucrânia ou Rússia, com os portos do Mar Negro e do Mar de Azov fechados”, disse Jack Scoville,vice-presidente da Price Futures Group.
O açúcar também teve recebeu impacto no dia da queda do dólar sobre o real, o que tende a desencorajar as exportações das commodities, mas que dá suporte ao mercado externo. Além disso, o mercado também teve suporte de ajuste de posições depois da queda na véspera.
Nos fundamentos, por outro lado, segue pressão no mercado com o acompanhamento da safra mais positiva nas origens produtoras do adoçante, como o Centro-Sul do Brasil, além da Ásia, que está em colheita nesse momento com alta produtividade.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar continuam a trajetória de alta e já se aproximam dos R$ 140 a saca. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve alta de 0,02%, negociado a R$ 139,36 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 150,32 a saca - estável, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 20,09 c/lb com queda de 0,66%.