Petróleo cai até 17% e pressiona açúcar nas bolsas de Nova York e Londres

Publicado em 09/03/2022 16:49
Mercado do adoçante também seguiu expectativas positivas com safra do Brasil e Ásia

As cotações futuras do açúcar caíram cerca de 2% nas bolsas de Nova York e Londres nesta quarta-feira (09). O mercado do adoçante sente pressão do petróleo, realização de lucros e cenário mais positivo de safra nas origens produtoras.

O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 2,52%, cotado a US$ 18,94 c/lb, com máxima de 19,63 c/lb e mínima de 18,91 c/lb. Em Londres, o primeiro vencimento do adoçante caiu 1,90%, negociado a US$ 526,10 a tonelada.

O mercado do açúcar cai expressivamente nas bolsas externas nesta quarta, após alta recente, acompanhando o petróleo, que caiu até 17% nesta tarde, além de pressão com realização de lucros. A safra nas origens também segue no radar.

Os Emirados Árabes Unidos, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) disseram que apoiam um aumento da oferta no mercado devido a interrupções no fornecimento causadas por sanções impostas à Rússia.

Por outro lado, o dólar caía sobre o real, o que tende a desencorajar as exportações das commodities, mas dá suporte aos preços.

Também há o acompanhamento da safra mais positiva nas origens produtoras, como Brasil, apesar de os números ainda ficarem longe das 600 milhões de toneladas, além dos resultados de produtividade com a colheita que avança bem na Ásia.

"A produtividade agrícola deve ter uma recuperação em relação ao ano passado, mas ainda aquém da safra 2020/21 que tivemos moagem acima de 605 milhões de toneladas", disse Bruno Zanetti, consultor sênior em gerenciamento de riscos da StoneX.

A StoneX prevê a moagem de cana no Centro-Sul com alta de 7,6%, para 565,3 milhões de toneladas. Já a produção de açúcar do centro-sul do Brasil em 2022/23 foi estimada em 34,5 milhões de toneladas, alta anual de 7,5%.

A Datagro também anunciou no dia revisão nas estimativas de moagem de 2022/23, com 562 milhões de t.

MERCADO INTERNO

Os preços do açúcar recuam no mercado brasileiro e seguem cotados em cerca de R$ 130 a saca. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve baixa de 0,31%, negociado a R$ 134,37 a saca de 50 kg.

"Nas três primeiras semanas de fevereiro, a baixa oferta de açúcar cristal Icumsa 150 – observada ao longo de toda a safra – sustentou os preços no mercado spot paulista. No entanto, na última semana do mês, os valores caíram acentuadamente", destacou o Cepea.

Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 152,97 a saca - estável, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 20,25 c/lb com alta de 0,83%.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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