Açúcar recua nesta 6ª em NY e Londres e contribui para acumulado semanal negativo
As cotações futuras do açúcar encerraram a sessão desta sexta-feira (17) com leves perdas nas bolsas de Nova York e Londres. O dia foi de oscilações dos dois lados da tabela com foco na safra do Brasil, apesar de um financeiro negativo.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 0,68%, cotado a US$ 17,62 c/lb, com máxima de 17,91 c/lb e mínima de 17,54 c/lb. Em Londres, o primeiro vencimento do adoçante recuou 0,39%, negociado a US$ 484,90 a tonelada.
Na semana, o primeiro vencimento recuou 0,23%.
O mercado do petróleo recuava levemente nesta tarde de sexta-feira, contribuindo para as perdas do açúcar. As oscilações do óleo impactam diretamente sobre os preços da gasolina e podem alterar o mix das usinas do Centro-Sul do Brasil.
Além disso, o dólar operava em alta sobre o real, o que tende a encorajar as exportações, mas pesa sobre os preços das commodities.
Por outro lado, o mercado também teve algum suporte nesta reta final de semana das estimativas de safra aquém do esperado de moagem no Centro-Sul, maior região produtora do Brasil, apesar de um financeiro negativo, principalmente petróleo.
Uma pesquisa da corretora Marex apontou previsão média para a moagem 2022/23 de cana no Centro-Sul de 554 milhões de toneladas, um pouco abaixo da previsão média de 560 milhões de t da agência Reuters, em meio recuperação das lavouras.
"Isso (554 milhões) é um pouco menor do que esperávamos, considerando as chuvas razoáveis que ocorreram até agora e as expectativas de que elas continuarão", disse a Marex em relatório.
Ainda como limitante da alta, o mercado monitora os bons resultados com a colheita na Ásia.
A demanda também está no radar. O line-up de açúcar do Brasil registrava 1,55 milhão de toneladas na semana até 16 de fevereiro, sobre 1,30 milhão de t na semana anterior, sendo 1,45 milhão de t de VHP, segundo a agência marítima Williams.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar seguem em alta e voltam a se aproximar do patamar de R$ 150 a saca de 50 kg. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve valorização de 1,88%, negociado a R$ 148,23 a saca de 50 kg.
Apesar disso, a primeira quinzena de fevereiro foi marcada por queda nos preços. "Os compradores não compravam grandes volumes, pois o produto que ainda estava sendo entregue (comprado anteriormente) era suficiente", disse o Cepea.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 153,25 a saca - estável, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 19,05 c/lb com valorização de 1,16%.