Clima no BR faz açúcar bruto cair mais de 1% nesta 4ª feira na Bolsa de NY
Os contratos futuros do açúcar caíram nas bolsas de Nova York e Londres na sessão desta quarta-feira (26). As melhores expectativas com a safra 2022/23 do Centro-Sul do país seguem pressionando os preços com clima mais favorável.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caiu 1,54%, cotado a US$ 18,49 c/lb, com máxima de 18,81 c/lb e mínima de 18,38 c/lb. Em Londres, o primeiro vencimento recuou 0,83%, negociado a US$ 499,80 a tonelada.
As chuvas que caem sobre áreas produtoras do Brasil têm animado o mercado externo do adoçante para a safra 2022/23 do Centro-Sul, que começa em abril deste ano. A temporada passada foi fortemente impactada pelas condições climáticas.
"Chuvas foram registradas no Centro-Sul no último final de semana e continuarão por boa parte desta semana e as lavouras devem se beneficiar do retorno da umidade para a região", disse em relatório o analista da Price Futures Group, Jack Scoville.
Com os preços mais baixos, a fixação por parte das usinas do Brasil segue desacelerada ante a temporada anterior.
Mais da metade (52,5%) da projeção de exportação de açúcar na safra 2022/23 (abril-março), ou 13,4 milhões de toneladas, está com preços fixados pelas usinas do Brasil, segundo o 10º levantamento da Archer Consulting publicado nesta segunda-feira (24).
Em dezembro de 2020, o percentual fixado para a safra 2021/22 era de 69%.
Ainda nos fundamentos, o destaque no noticiário internacional do açúcar ficou por conta da projeção da CovrigAnalytics. A entidade espera um pequeno excedente de menos de 0,6 milhão de toneladas em 2021 com maior produção na Índia, Tailândia, Paquistão, Europa e México.
No financeiro, o mercado do adoçante encontrou alguma limitação de baixa com valorização expressiva nos futuros do petróleo, o que tende a impactar a decisão sobre o mix das usinas. Além disso, o dólar caía sobre o real nesta tarde.
O dólar mais baixa tende a desencorajar as exportações e dá suporte aos preços externos das commodities.
MERCADO INTERNO
Acompanhando o exterior, os preços do açúcar perderam o patamar de R$ 150 a saca no mercado físico. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, recuou 2,19%, negociado a R$ 148,34 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 153,65 a saca - estável, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 19,52 c/lb - estável.